Após prisão, mulher conta como embarcou em mais de 30 voos de graça
A passageira clandestina viajou por mais de 19 anos sem pagar por passagens, e algumas vezes embarcou até sem passaporte
atualizado
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A “passageira clandestina em série” Marilyn Hartman, de 69 anos, finalmente teve seu truque descoberto. Por 19 anos, a idosa se aperfeiçoou na arte da discrição e ingressou em ao menos 30 voos comerciais sem pagar — e, às vezes, até sem passaporte. Entre 2002 e 2018, a passageira viajou para destinos como Copenhague, Paris, Las Vegas e Londres sem desembolsar um centavo com passagens.
Marilyn virou notícia após escapar da segurança do Aeroporto Internacional O’Hare, em Chicago, para embarcar em um voo com destino a Londres. Ela enganou a equipe de solo e embarcou em um avião da British Airways para o Aeroporto de Heathrow, mas foi detida na terça-feira (16/3), assim que chegou ao Reino Unido.
A norte-americana estava sendo rastreada eletronicamente por fugir da casa de recuperação onde estava. Ela foi mantida sob custódia e acusada de roubo, invasão e violação de liberdade condicional por ter cometido o crime também no aeroporto de Chicago, em 2019.
“Truques” para embarcar sem pagar
Em entrevista à CBS, Marilyn contou sua versão da história: “O que tenho a dizer é: nunca consegui embarcar sozinha em um avião – sempre fui deixada passar. Quer dizer, consegui passar pela fila de segurança sem um cartão de embarque”.
Ela continuou o relato: “Eles me deixavam passar, essa é a coisa mais louca. Eu seguia algum funcionário que estivesse carregando uma mala azul. E então, eu entrava na fila e eles pensavam que eu estava com o cara da mala”.
Seattle, Phoenix, Filadélfia, Atlanta e San Francisco foram outros destinos em território estadunidense visitados clandestinamente pela senhora.
No radar da segurança
Foram muitos anos de tentativas bem-sucedidas e, também, de casos frustrados. Ao longo do tempo, a norte-americana passou a ser conhecida entre os funcionários da segurança no aeroporto, que transmitiam avisos de “Marylin a vista” pelo rádio. Durante um dos processos judiciais, os promotores alegaram que Hartman usou seu cabelo para esconder o rosto e passou por dois agentes federais que estavam verificando os cartões de embarque.
Ela então embarcou em um ônibus para o Terminal Internacional e dormiu lá durante a noite, como explicou reportagem do The Sun. No dia seguinte, a idosa conseguiu passar por agentes de passagens da companhia British Airways e um oficial da Alfândega e da Patrulha de Fronteiras e entrar em um avião. A “penetra” se sentou em uma cadeira vazia e só foi pega quando mostrou seus documentos a um agente da alfândega, já em território inglês.
Marylin Hartmann passou 500 dias na cadeia, onde foi diagnosticada com transtorno bipolar e, agora, está recebendo tratamento. Ela é sem-teto, e afirma que suas viagens clandestinas só foram possíveis explorando falhas dos funcionários dos aeroportos.