Além da Chapada: 6 cachoeiras e grutas que valem a visita em Formosa
Nem só na Chapada dos Veadeiros estão os atrativos de ecoturismo próximos à capital federal. Formosa é berço de opções fantásticas
atualizado
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Basta chegar a época da seca para os moradores da capital federal caírem na estrada em busca de roteiros de ecoturismo. Um mergulho nas águas geladas é, também, uma forma de recarregar as energias. Se ao falar no assunto, a mística e imponente Chapada dos Veadeiros veio à mente, saiba que esse não é o único destino que respira natureza ao alcance dos brasilienses.
Variar sempre faz bem, especialmente para fugir de grandes aglomerações, e a promissora Formosa (GO), a apenas 120 km do Distrito Federal, reúne atributos de destinos famosos, em um cardápio plural de alternativas para respirar ar puro e se desconectar – com uma pitada de adrenalina. O cenário é ideal para tornar qualquer “fuga da rotina” ainda mais memorável.
Formosa é a mistura perfeita entre o clima rústico, boas doses de aventura e dias de descanso em meio à natureza. Na região, descansam 21 atrativos catalogados, entre parques com mirantes e trilhas, dolinas onde habitam animais silvestres, cachoeiras exuberantes, grutas milenares, sítios arqueológicos e rampas de voo livre.
“O que nos diferencia de outros lugares é a pluralidade de opções de roteiros”, defende a Secretária de Turismo de Formosa, Pamella Miranda. “Estamos na região turística de águas e cavernas do Cerrado, e ganhamos de outros lugares tanto pela proximidade com o Distrito Federal quanto por conta da diversidade de atrativos que temos aqui”, completa.
Certamente a mais famosa é a cachoeira Salto do Itiquira. Mas nem só do passeio vive a cidade. Confira um roteiro pelas opções abundantes que emolduram o destino, e encha seus finais de semana com doses de turismo ecológico.
1. Salto do Itiquira
A experiência de conhecer a cachoeira mais famosa da região é singular. Isso porque não é com um banho que você sente a força e a intensidade das águas. Basta circular em seus arredores. A força da queda d’água é tamanha que não é permitido mergulhar por motivos de segurança, o que, acredite, não compromete o “rolê”.
O nome, que veio do rio Itiquira, é de origem tupi-guarani e significa “água que cai do alto”. A cachoeira de quase 170 metros de altura é o principal atrativo do Parque Municipal do Itiquira, que conta com acessibilidade e boa infraestrutura garantidas, um roteiro perfeito para famílias e visitantes de todas as idades.
2. Dolina dos Maracanãs
É possível que você conheça o lugar recém-reaberto como Buraco das Araras. Contudo, após dois anos fechado por conta de visitas que não conservaram as riquezas naturais da maneira como deveriam, a área particular foi reaberta com um novo nome, para fazer jus à verdadeira identidade da formação rochosa, e regras ainda mais rigorosas de conservação ambiental.
O verdadeiro paraíso para os amantes de aventura é uma depressão circular em formato de funil, coberta pelo verde da vegetação. Para desbravá-la, é necessário descer um rapel de 70 metros, ouvindo o canto dos maracanãs, charmosas aves que fizeram do lugar a própria morada, e o som dos macaquinhos cortando as árvores.
Depois da descida, começa uma trilha até uma gruta que abriga um lago de águas frias e cristalinas. Após o banho, uma trilha curta com escalada devolve os visitantes ao ponto inicial. A visita memorável requer o acompanhamento de guias, por motivos de segurança. As empresas Vertaco, Cerrado Vertical e Habitat Aventura organizam e acompanham os passeios.
3. Bisnau Ecoturismo Rural
Um dos mais plurais roteiros na cidade, o sítio reúne vários atrativos em uma única propriedade. Partindo de carro por um trajeto curto de estrada de terra até a entrada, o passeio começa em uma trilha leve a moderada que presenteia os visitantes com uma dupla de lagoas com águas esverdeadas convidativas.
Para chegar aos poços Esmeralda e dos Cânions, é necessário transpor alguns obstáculos de rochas e árvores no percurso e realizar uma travessia de rio (onde se passa andando, molhando os pés). A rota continua rumo à deslumbrante cachoeira do Bisnau, onde as águas caem de mais de 110 metros de altura.
Além do Caminho das Águas, como é chamado o roteiro que engloba os dois atrativos, há ainda um sítio arqueológico registrado desde 1975, recheado de pinturas rupestres desenhadas há milênios. As inscrições foram produzidas pelos povos ameríndios pré-históricos, e há rumores que elas podem ser vestígios de contato com seres de outros planetas.
Na propriedade, há ainda a Caverna do Bisnau, com seus lindos salões com formações de estalagmite e estalactite, em uma experiência desafiadora; a Gruta Formosa, no topo de uma trilha íngreme que oferece uma vista espetacular para a serra; e o Mirante da Muralha, com vestígios arqueológicos.
Para os aventureiros, o rapel que desce a cachoeira, chamado de cachoeirismo, segue o curso da água. O roteiro termina no topo do mirante Voo Livre, onde há um camping selvagem, com direito à fogueira durante a noite e um nascer do Sol como em nenhum outro lugar do mundo.
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4. Chapada Indaiá Ecopark
O complexo de mais de sete quedas d’água abriga a famosa Cachoeira do Indaiá, que dá nome ao atrativo, mas não se resume a ela. Há alternativas para todos os gostos – desde pais com crianças pequenas aos mais aventureiros, que aproveitam para descer de rapel a famosa Véu de Noiva.
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Depois de uma trilha leve, aproveite para revigorar as energias na primeira cachoeira, a do Espanhol, mas não se distraia pela beleza dela, e continue seguindo rumo às quedas Buriti e do Indaiá. O visual vale a pena.
O verdadeiro presente é a última parada, o mirante do Salto do Itiquira, que também segue a mesma rota. Porém, o acesso por essa rota segue fechado devido às restrições por conta da pandemia.
5. Cachoeira do JK
No fim de uma trilha pulando pedras, o esforço vale a pena. Dentro de dois paredões de rochas avermelhadas nasce a queda d’água que integra a lista de visuais mais impressionantes da região. Para quem quer desbravar o entorno, ao redor da cachoeira ainda há uma porção de quedas menores, com águas transparentes e pequenas piscinas próprias para banho.
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Pouco conhecida entre os turistas, ela se mantém bem preservada, ideal para dias de descanso em meio ao verde.
6. Parque EcoBocaina
Com quase 600 hectares, opções de atividades no parque não faltam. Desde cachoeiras e poços de água mineral, paredões, cânions até trilhas por mirantes, todos marcados por momentos de contemplação da fauna e flora exuberantes do Cerrado.
O Parque abriga diversas trilhas ecológicas, que terminam em cachoeiras ou circulam mirantes, em uma área bem preservada e recheada de nascentes de água doce. Para os mais corajosos, o “Desafio EcoBocaina” é a maior das trilhas, que atravessa o parque inteiro em 9km de extensão.
Bônus: rampas de voo livre
O céu de Formosa também é colorido pelos voos de asa delta e parapente. O lugar é ideal para a prática de esportes de voo livre, e é lá que fica o Aeroclube do Planalto Central, um dos mais famosos do Brasil na modalidade.
Para quem quer se aventurar nos ares, há duas rampas de voo livre: Vale do Paranã e Morro de São Pedro. A época ideal para viver a experiência é o mês de agosto, que também é conhecida como a temporada do Campeonato Nacional de Voo Livre nas rampas de Formosa.
As atrações não param por aí. Aproveite para conhecer a Fazenda Lajedo, com um restaurante rural, pequenas cachoeiras e um poço verde hipnotizante; e o Parque Ecológico Mata da Bica, um parque no centro da cidade de caráter ambiental marcado pela vegetação nativa e a presença de animais silvestres.
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Algumas outras opções famosas não estão recebendo turistas, como o Sítio Arqueológico Toca da Onça e o Itiquira Park, que estão em reforma, se preparando para abrir as portas novamente com mais infraestrutura. O Poço Azul também permanece interditado.