Traição e racismo: 5 polêmicas de Charles III, novo rei da Inglaterra
O primogênito da rainha Elizabeth II traiu a primeira esposa, casou com a amante e recebeu dinheiro da família de Osama Bin Laden
atualizado
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O fim e o início de uma era: com a morte da rainha Elizabeth II, confirmada nesta quinta-feira (8/9), Charles subirá ao trono britânico aos 73 anos. O primogênito da soberana passa de herdeiro a rei na próxima sexta-feira (9/9), em uma cerimônia no palácio de St. James, em Londres (segundo o protocolo London Bridge).
O então “monarca em espera” (por 70 anos!) já teve o nome envolvido em diversas polêmicas. A mais recente delas foi a revelação de que ele recebeu 3 milhões de euros, em dinheiro vivo, de Hamad bin Jassim bin Jaber Al-Thani, da família real do Catar. O montante foi taxado como uma generosa doação a entidades filantrópicas patrocinadas pelo príncipe.
Em três encontros entre 2011 e 2015, maços de 500 euros passaram da mão de um para o outro. Antes dessas supostas doações, uma fundação de Charles já vinha sendo investigada por ter aceitado contribuições de um príncipe saudita posteriormente condecorado com títulos da nobreza britânica.
Mas não para por aí! Confira outros escândalos chocantes envolvendo o então príncipe:
Casamento de “conto de fadas”
O primeiro casamento dele, firmado com Diana Spencer em 29 de julho de 1981, contou com uma cerimônia suntuosa para três mil convidados na Catedral de St. Paul, na capital inglesa. O enlace foi sucesso de audiência, sendo assistido por 750 milhões de pessoas em 74 países.
O apelidado “casamento do século” foi encarado, na época, como digno de conto de fadas. Afinal, era a primeira vez em 300 anos que um herdeiro ao trono se casava com uma cidadã britânica sem título de realeza (o famoso “príncipe e plebeia”).
Em 1986, alguns anos após o casamento e o nascimento dos dois filhos, os príncipes William e Harry, o matrimônio dos pombinhos foi abalado pela traição sem pudores e escancarada de Charles com Camilla Parker Bowles. Diana também quebrou os votos matrimoniais e teve um affair com o instrutor de hipismo, o capitão James Hewitt. O então príncipe e Lady Di se separaram em 1992. O divórcio oficial veio quatro anos depois, em 1996.
O fim definitivo do casamento aconteceu um ano antes do trágico acidente de carro em Paris, na França, que culminou na morte de Diana. Após a tragédia, Charles assumiu a guarda dos filhos.
De amante a rainha
O casamento com Camilla aconteceu em 9 de abril de 2005. O enlace ocorreu em uma cerimônia civil em Windsor Guildhall. Depois, uma benção oficial do arcebispo de Canterbury foi realizada na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor.
Diferente do primeiro casamento de Charles, o último teve apenas 28 convidados, todos parentes dos noivos. Vale ressaltar que, na época, a rainha e o marido, o príncipe Philip, compareceram apenas na segunda celebração da união do filho, o que foi interpretado pelos jornais da época como um sinal de desaprovação.
De acordo com o livro Rabel Prince: The Power, Passion and Defiance of Prince Charles, uma biografia não autorizada da figura real, a monarca teria supostamente chamado a nova esposa do filho de “aquela mulher perversa”, afirmando que “não queria ter nada a ver com ela”.
Nos anos posteriores, entretanto, essa possível animosidade teria desaparecido, uma vez que as duas compareceram a diversos eventos juntas.
Paraísos fiscais
Em novembro de 2017, a série de documentos Paradise Papers listou o nome de Charles junto a de outros magnatas, celebridades e poderosos que têm fortunas escondidas em paraísos fiscais. À época, o atual rei negou envolvimento com uma empresa off-shore em Bermuda que teria o beneficiado por meio de negócios estrangeiros e de uma política de mudanças climáticas que ele defendeu em 2007.
Acusações de racismo
Em 2009, foi revelado que Charles chamou o amigo Kolin Dhillon, um empresário de ascendência indiana, de “sooty” (fuligem, em tradução livre). No entanto, Dhillon defendeu o rei contra as acusações de racismo, dizendo que o apelido era um “termo de carinho”.
Caridade da família de Osama Bin Laden
Em 2013, Charles aceitou uma doação de dois meios-irmãos de Osama Bin Laden, dois anos após a morte do líder da Al-Qaeda, para o Fundo de Caridade do Príncipe de Gales (PWCF). O ato gerou polêmica entre os súditos em razão dos feitos terroristas de Bin Laden. O extremista foi executado durante uma operação dos Estados Unidos na cidade de Abbottabad, localizada próxima a Islamabad, capital do Paquistão.