Tem como reverter procedimento estético que deu errado? Médica explica
Viralizou esta semana o caso de uma mulher que ficou com o rosto deformado após realizar um procedimento estético
atualizado
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Os procedimentos estéticos são caracterizados como aqueles a partir dos quais uma pessoa busca melhorar a aparência. Eles englobam tratamentos faciais, corporais, depilação a laser, cirurgias estéticas, entre outros. Contudo, eles exigem cuidado e atenção, pois, em casos específicos, podem não sair como o esperado.
Recentemente, a paranaense Raquel Roseli Demichei Dornelles ficou com o rosto deformado após complicações de um procedimento estético realizado em uma clínica em Cascavel. O depoimento da mulher viralizou nas redes sociais e levantou o questionamento: é possível reverter procedimentos estéticos que deram errado?
É possível reverter o caso da paranaense?
Raquel Roseli teria contratado serviços de harmonização facial, incluindo a aplicação de produtos como Sculptra, toxina botulínica, laser Co² e peeling de ouro. No entanto, laudos médicos apresentados pela autora apontam que, em vez do Sculptra contratado, foi aplicado PMMA (polimetilmetacrilato), uma substância de uso restrito e permanente, que pode provocar complicações graves quando utilizada de maneira inadequada.
Neste caso, segundo a médica dermatologista Regina Buffman, é possível reverter o procedimento, mas apenas com cirurgia. “Não existe antídoto para o PMMA. Por definição, ele é um preenchedor definitivo. Apenas a cirurgia pode remover o produto de maneira mecânica e, na maioria das vezes, essa remoção é apenas parcial.”
Atenção, pacientes!
O depoimento de Raquel também acendeu, mais uma vez, o debate sobre os cuidados necessários que devem ser tomados antes de se optar por essas alternativas. De acordo com Regina Buffman, é fundamental pesquisar a qualificação do profissional que realizará o procedimento. “Certifique-se de que ele seja um especialista devidamente qualificado na área, além disso, questione sobre os produtos que serão utilizados, verificando se são aprovados pela Anvisa, e peça informações claras sobre os riscos e benefícios.”
Além disso, a especialista aponta que existe uma etiqueta de identificação dos produtos, que contém lote e validade, que o paciente pode ficar atento. “Solicite sua via desse controle antes de começar a aplicação. Por fim, evite locais que ofereçam preços muito abaixo do mercado, pois isso pode indicar materiais ou práticas inadequadas.”
A biomédica especialista em estética Melissa Brum reforça que o primeiro passo é agendar uma consulta com um especialista qualificado para discutir as expectativas e as possibilidades do procedimento.
“Procure clínicas que sejam reconhecidas e regulamentadas. Exija a apresentação da embalagem e do rótulo dos produtos a serem aplicados. Além disso, desconfie de soluções “milagrosas” e tratamentos realizados por profissionais sem formação adequada”, alerta Melissa.