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Saiba como reduzir o estresse dos pets em datas festivas

Com a audição mais aguçada que a dos humanos, os bichos de estimação podem se sentir ameaçados com o barulho em excesso

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dog siesta at park
1 de 1 dog siesta at park - Foto: iStock

Reunir família e amigos em casa nas datas comemorativas é sempre bom, mas será que o cão ou o gato que mora no local está preparado para isso? Com a audição mais aguçada que a dos humanos, os bichos de estimação podem se sentir ameaçados e se machucar na hora de buscar um abrigo.

“Muitas casas não têm ninguém o ano inteiro e de repente tem 20 pessoas. Os animais ficam acuados ou mais agressivos, tentado proteger o ambiente”, diz o adestrador e especialista em comportamento animal Cleber Santos, proprietário da ComportPet.

Ele explica que a audição dos cachorros é dez vezes mais aguçada que a dos humanos. Se o pet não estiver acostumado com fogos de artifício, por exemplo, vai ficar com medo por achar que o barulho é dentro do lugar onde ele está.

Por ficar nesse estado, o animal pode se machucar ao tentar fugir ou se esconder, entrando em compartimentos de difícil acesso ou, em casos extremos, se jogando da varanda de um prédio, por exemplo.

Segundo Amanda Peres, veterinária da área de Segurança e Confiança da DogHero, o estrondo repentino dos fogos é o problema. “O objetivo é distrair o animal para ele não prestar atenção no barulho”, diz, aconselhando a deixar janelas e cortinas fechadas para amenizar o som.

O adestrador também faz um alerta quanto à criação do pet. “Alguns donos protegem tanto, que os animais começam a criar alguns costumes, perdem a autoconfiança e começam a ter medo de qualquer barulho, de campainha”, afirma.

Por isso, é importante preparar o companheiro de quatro patas na medida certa. Confira abaixo algumas dicas para diminuir o estresse dos bichos de estimação durante datas festivas:

Evite deixar o animal sozinho
“Ele precisa de alguém de confiança, o dono dele ou alguém com quem já ficou”, orienta Amanda Peres. Deixá-lo sozinho pode aumentar o estresse e o instinto de fuga. Se o animal estiver acompanhado, a veterinária recomenda que a pessoa não fique tensa com a situação do bicho de estimação e transmita tranquilidade para ele.

Acostume o animal com a situação
No caso de fogos de artifício, o adestrador diz que há CDs que reproduzem o som dos estouros e podem servir para treinar os animais. Ele recomenda começar o treinamento de dois a três meses antes das festas.

Feche portas e janelas
Fugir é uma das primeiras reações do pets quando estão assustados ou se sentem ameaçados. Os especialistas orientam bloquear as passagens para evitar possíveis acidentes. Além disso, a dica ameniza boa parte do som externo. Vale, também, abafar ruídos de fora com um som interno um pouco mais alto. Televisão ligada ou até o barulho do ventilador ajudam, segundo Amanda.

Distraia o animal
Santos indica deixar a alimentação do animal para quando o barulho ou a reunião de pessoas ocorrer. Isso vai tirar o foco dele e fazê-lo associar o som com algo positivo.

Canse o animal durante o dia
Como as comemorações ocorrem, geralmente, no período da noite, a dica favorece a tranquilidade na ocasião. “Ele terá menos energia para tentar fugir ou se machucar”, avalia Santos.

Deixe o pet seguro
Na tentação de fugir, é importante que haja um espaço para que o companheiro se sinta confortável. Pode ser a casinha dele ou um quarto onde costuma ficar. Amanda indica deixar os brinquedos ou a comida próximos também e tirar do caminho qualquer objeto que possa machucá-lo. O mais importante, segundo ela, é deixar o pet confortável até ele se sentir seguro para sair, nunca forçá-lo.

Use coleira
O artefato pode ser considerado quando muitas pessoas se reúnem na casa. Cleber Santos indica deixar o animal com coleira por cerca de 30 minutos, até ele ficar mais tranquilo e se acostumar com as visitas. Enquanto isso, é importante deixá-lo livre, não no colo, e apresentá-lo às pessoas ou oferecer algum petisco para gerar uma associação positiva.

No caso dos gatos, é possível usar a mesma técnica, mas o especialista aponta que a coleira é uma questão de costume. “Os animais aprendem tudo por repetição. Se ninguém põe (coleira no gato), ele não vai gostar”, diz. Santos orienta tentar fazer o animal passar pela situação antes para que entenda que está seguro. “Vale acostumar o gato com coleira, alimentá-lo quando alguém chegar. O gato é muito confiável”, afirma o adestrador, que também recomenda nunca forçar os animais.

Dar carinho nem sempre é o melhor
“Não é indicado, porque o animal vai entender que, quando tiver medo, terá colo. Ele vai ter cada vez mais medo só para ter o colo”, explica Santos. A veterinária diz que pegar no colo pode transmitir ao pet a mensagem de que ele realmente está em perigo e precisa ser protegido. “Pode fazer carinho, mas precisa deixá-lo solto no ambiente, não tirá-lo do espaço”, afirma.

Medicamentos
A possibilidade de dar tranquilizantes para os bichos de estimação só deve ser considerada em casos severos, segundo Amanda. “Só se o animal passou em consulta e o veterinário prescreveu. Sedar ou deixá-lo mais tranquilo só em caso de ele ser muito agressivo ou perturbado”, diz. Santos alerta que alguns animais podem ter problemas no coração e o remédio provocar uma parada cardíaca.

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