Reduz a vontade de comer doce? O que se sabe sobre picolinato de cromo
O suplemento picolinato de cromo ganhou fama por ser um aliado da perda de peso. Contudo, pesquisas ainda não validaram esses benefícios
atualizado
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Os suplementos dominam o mercado nutricional e não é de hoje. Por se tratarem de substâncias que complementam a dieta, para diversas finalidades, as buscas por esses recursos só aumentam. No entanto, a necessidade desses produtos deve ser avaliada caso a caso, já que muitas vezes podem se tratar de itens dispensáveis, facilmente encontrados na própria alimentação, resultando em gastos desnecessários.
Nas últimas décadas, a suplementação do picolinato de cromo ganhou fama nas academias como um aliado da perda de peso, principalmente, pela redução da vontade de comer doces. As justificativas para tamanha ascensão da fama do suplemento se devem a estudos mostrarem que o cromo participa ativamente do metabolismo da insulina, o hormônio responsável por manter os níveis da glicose equilibrados no sangue.
Devido a esses benefícios, que impactam sobre as taxas de gordura e açúcar no sangue, o cromo se tornou o queridinho dos atletas e dos internautas do mundo fitness. No entanto, é válido frisar que as pesquisas ainda não validaram esses benefícios para a perda de peso ou ganho de massa muscular.
Ao menos, as pesquisas demonstraram contribuições sutis com o uso da substância quando o assunto é composição corporal. Apenas indivíduos com diabetes tipo 2 podem usufruir de vantagens com a suplementação, justamente pela influência do picolinato na insulina. Contudo, é indispensável uma orientação com o médico endocrinologista antes de iniciar a ingestão como parte do tratamento.
Para se ter uma ideia, em uma das investigações sobre o uso da substância, foram acompanhadas 30 mulheres com índice de massa corporal (IMC) acima dos 25 e praticantes regulares de exercícios de resistência. Entre elas, o picolinato de cromo não demonstrou qualquer efeito na redução da gordura corporal.
No experimento, as participantes foram divididas em dois grupos, sendo que um tomou 400 mcg de suplementação da substância por 30 dias. Foram realizadas avaliações de antes e depois da intervenção em ambos os grupos e o resultado não demonstrou qualquer impacto sobre o sobrepeso e a obesidade.
Dessa forma, a única indicação para a suplementação do mineral é restrita para indivíduos com déficit dele. Para quem sofre de diabetes tipo 2, nutricionistas e médicos especializados também podem indicar. Para além desses casos, a suplementação pode representar um desperdício de dinheiro.
Para aumentar o consumo do cromo na dieta, basta aumentar o consumo de legumes como brócolis e espinafre; oleaginosas, como nozes e castanha-do-pará; produtos animais, como fígado; frutas, como ameixa e maçã com casca, além dos cereais integrais.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica