Pesquisa aponta os impactos negativos para quem leva ghosting

Ghosting, uma forma comum de rejeição na era digital, pode deixar os indivíduos se sentindo abandonados e confusos. Uma nova pesquisa sugere que os efeitos podem ser ainda mais profundos, ligando ghosting e estresse a devaneios.

O estudo foi publicado no periódico Psychology of Consciousness: Theory, Research, and Practice, e sugere que o ghosting pode diminuir a autoestima, criar sentimentos de isolamento e até mesmo desencadear sintomas de trauma.

Mas o que seria o ghosting? O termo vem da palavra ghost (fantasma, em inglês), que se popularizou por definir o desaparecimento repentino das pessoas do outro lado da tela. Esse comportamento pode ocorrer em contextos românticos, platônicos ou profissionais e frequentemente deixa o indivíduo ghosted se sentindo confuso, rejeitado e abandonado.

A falta de encerramento associada ao ghosting pode levar à ruminação e à dúvida, à medida que os indivíduos lutam para entender por que o relacionamento terminou.

Os pesquisadores apontam que ser a vítima do ghost pode causar devaneio mal adaptativo, como se fosse uma compulsão por sonhar acordado, ou até mesmo um vício.

Para seu estudo, os pesquisadores entrevistaram 301 estudantes universitários para examinar os efeitos do ghosting e do estresse no devaneio mal adaptativo e no narcisismo vulnerável. Os participantes foram recrutados por meio de plataformas de mídia social, e todos tinham experimentado ghosting de alguma forma, seja em relacionamentos românticos, platônicos ou profissionais.

O estudo revelou associações entre ghosting, estresse e resultados psicológicos, como devaneios mal-adaptativos e narcisismo vulnerável. Os participantes que relataram níveis mais altos de estresse ou experiências de ghosting mais frequentes tenderam a se envolver em devaneios mais excessivos e imersivos.

Essas experiências também foram associadas a níveis mais baixos de atenção plena, sugerindo uma capacidade reduzida de se concentrar no momento presente.