Palácio de William e Kate é investigado por vínculo com comércio escravo
Apuração visa examinar se a arquitetura, decoração e obras de arte nos interiores do monumento tem relação com o comércio escravagista
atualizado
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A residência do príncipe William, Kate Middleton e dos três filhos do casal está incluída em uma investigação sobre escravidão em curso no Reino Unido, de acordo com a revista People. Intitulada como Historic Royal Palaces (Palácios reais históricos, em tradução do inglês), a apuração examina se a arquitetura, decoração e obras de arte nos interiores dos palácios têm vínculos com o comércio escravagista.
De acordo com a historiadora Lucy Worsley, curadora-chefe da investigação, as propriedades utilizadas pela dinastia Stuart (que dominou a Inglaterra por mais de 100 anos) possivelmente lucraram com o comércio de escravos. Entre elas, está o Palácio de Kensington, moradia dos duques de Cambridge.
“Temos pensado muito e planejado todos os tipos de mudanças. A hora chegou. Estamos atrasados. Não nos saímos bem o suficiente”, salientou Worsley, sobre a história da escravidão na corte real, em entrevista ao jornal The Times.
Falando à People, um porta-voz da Historic Royal Palaces afirmou o seguinte: “Não podemos ignorar o fato de que, por centenas de anos, o colonialismo e o império, a escravidão e a exploração fizeram parte da nossa história nacional. Os palácios sob nossos cuidados estão ligados à essa história. Esperamos que a pesquisa aborde isso com mais profundidade […] Existem muitas questões não contadas para explorar.”
A busca foi estimulada pelo movimento Black Lives Matter, que impulsionou também a retirada de uma estátua de um traficante de escravos na cidade de Bristol, no oeste da Inglaterra. Em junho, o monumento foi jogado no rio do porto, conhecido como um dos principais locais onde havia a venda de escravos.
No mês seguinte, em julho, o príncipe Harry se posicionou sobre o passado colonial da Grã-Bretanha. O filho mais novo de Lady Di admitiu que o movimento Black Lives Matter permitiu que as pessoas reconhecessem “o que está errado”.
“Não há como avançar, a menos que reconheçamos o passado. Todos reconhecemos que ainda há muito mais a fazer. Não vai ser fácil e, em alguns casos, não vai ser confortável. E adivinhe: todos se beneficiam”, defendeu.