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Pai solo, carioca quebra tabus de adoção tardia na web: “A vida mudou”

Neste Dia dos Pais, o Metrópoles conversou com o pedagogo Erasmo Coelho, que compartilhou sua experiência com a adoção tardia e monoparental

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Arquivo Pessoal/Erasmo Coelho
Na foto, um homem segurando um menino no colo - Metrópoles
1 de 1 Na foto, um homem segurando um menino no colo - Metrópoles - Foto: Arquivo Pessoal/Erasmo Coelho

O conceito de mãe solo tem sido muito debatido nos últimos anos devido às mulheres que enfrentam corajosamente o desafio de criar seus filhos sozinhas. Embora seja mais comum entre elas, há homens que também desempenham o papel de pai solo. É o caso de Erasmo Coelho.

Morador do interior do Rio de Janeiro, Erasmo, de 41 anos, decidiu fazer uma adoção tardia para criar e educar uma criança. Ao Metrópoles, o pedagogo conta que iniciou o processo de forma virtual, em 2020. Em maio de 2021, a adoção foi concluída e ele se tornou pai de Gustavo, à época com 11 anos.

“A partir do momento que eu me tornei pai do Gu, minha vida mudou. Passei a me deixar em ‘segundo plano’ e dar prioridade ao meu filho. O fato dele ser meu filho por vias adotivas é um detalhe, não o vejo como um filho adotivo, ele é meu filho que sempre sonhei. Ele nasceu pra ser meu filho”, diz.

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Ele decidiu adotar Gustavo com 38 anos
Na época, Gustavo tinha 11 anos
Para Erasmo, foi um processo mudou sua vida
Ele e o filho são próximos
Erasmo e Gustavo
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Erasmo Coelho tem 41 anos e mora em Cachoeiras de Macacu

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Ele decidiu adotar Gustavo com 38 anos

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Na época, Gustavo tinha 11 anos

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Para Erasmo, foi um processo mudou sua vida

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Ele e o filho são próximos

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Erasmo e Gustavo

Arquivo Pessoal/Erasmo Coelho

Em suas redes sociais, Erasmo compartilha o seu dia a dia com Gustavo, mostrando um pouco da rotina como pai solo. Além disso, o carioca se dedica a produzir conteúdos informativos sobre a adoção monoparental tardia. Ao todo, ele possui mais de 86 mil seguidores apenas no Instagram.

Desafios da adoção

Ser pai solo é uma realidade que tem crescido nos últimos anos. Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020 revelou que, no Brasil, cerca de 8,4% das famílias são chefiadas por homens solteiros, divorciados ou viúvos – o que pode incluir situações de adoção monoparental.

A decisão de criar um filho sozinho traz consigo desafios únicos, muitas vezes devido às expectativas associadas aos papéis de gênero na parentalidade. Assumir a responsabilidade de educar uma criança não foi uma tarefa simples para Erasmo. No entanto, ele afirma que a preparação prévia foi crucial em sua jornada.

Na foto, um homem segurando um balão vermelho e com uma camiseta preta - Metrópoles
Erasmo Coelho

“Antes da adoção, eu fazia parte de grupos de apoio, assistia vídeos, lia muito e escrevia sobre cada etapa, o que me ajudou muito. O difícil, às vezes, é ser aquele que chama a atenção, dá uma bronca e que, ao mesmo tempo, precisa chamar, sentar e orientar”, relata o carioca.

Erasmo também relembra o momento em que Gustavo chegou em casa. Segundo o carioca, o jovem, que morava em São Paulo, não sabia ler e nem escrever — ele o alfabetizou —, tinha momentos de revoltas e a autoestima baixa. Foi preciso cuidado e paciência para viver esses momentos com o filho.

“É uma sintonia muito grande”

Para conseguir estar mais presente na vida de Gustavo e oferecer o apoio necessário, Erasmo o colocou na escola ao lado de onde trabalha. Além disso, optou por falar abertamente sobre o processo de adoção sem tabus, medos ou preconceitos.

“Eu sempre disse que tudo que o fizesse mal, era para ele pôr para fora. Eu sempre ouço sem recriminar ou criticar e deixo claro que sou grato a Deus pela vida de seus genitores. Se não fosse eles, eu não teria a possibilidade de ser seu pai. Eu nunca tentei ‘apagar ou negar’ sua história anterior, eu não tenho esse direito”, explica.

Na foto, um homem posando ao lado de uma criança de boné - Metrópoles
“Hoje foi dia de aprender a usar a Airfryer”, escreveu o pedagogo na legenda de uma publicação

Questionado sobre a relação entre os dois, o pedagogo responde que é uma sintonia muito grande, afinal, ele é seu melhor amigo. “Nossa relação de pai e filho é boa, claro que há momentos que preciso ser firme, orientar, corrigir, mas é maravilhoso ser pai do Gustavo. Ele me fez um homem melhor”.

Apoio e suporte

Apesar dos desafios de ser pai solo, Erasmo conta ao Metrópoles que seus pais e sua irmã são uma grande rede de apoio. Ele também recorre ao suporte de grupos que atuam na preparação dos pretendentes e na troca de experiências após o processo.

Para o Dia dos Pais, o carioca planeja passar um dia agradável em família. “Esse será o 4° ano que vou passar o Dia dos Pais com ele. Já estamos preparando algo, como fazer um churrasquinho, ir ao cinema, ao shopping. Mas se não for possível, o mais importante já temos: o amor um pelo outro”, finaliza Erasmo.

Na foto, um homem posando ao lado de uma criança - Metrópoles
Para Erasmo, Gustavo é seu parceiro e melhor amigo

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