Obra de Lelé e ícone da capital, Mansão dos Arcos é colocada à venda
Propriedade é cenário constante de eventos. Expectativa é de que o espaço continue aberto para visitação após a venda
atualizado
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Como precificar uma obra-prima? Os herdeiros da Mansão dos Arcos, propriedade de ares palacianos assinada pelo renomado arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, no Park Way, assumiram a desafiadora missão para si. Eles acabam de colocar à venda a casa idealizada pelo saudoso patriarca da família, o pernambucano e pioneiro da capital federal Nivaldo Borges, falecido em 2010. Além de lar do clã por décadas, a edificação também foi, nos últimos sete anos, palco de eventos elegantes que a consagraram como um dos cartões-postais mais bonitos de Brasília.
O valor atual do imóvel, que já foi anunciado anteriormente, ainda não foi estabelecido, mas a decisão de passá-lo adiante, desta vez, é definitiva. “A casa tem muito valor sentimental para a nossa família. Ao longo dos últimos anos, quando passamos a alugá-la para eventos, a mansão também se tornou uma fonte de renda. Por isso, a decisão de vendê-la foi difícil, mas calculada e, desta vez, irreversível”, revela Nivaldo Borges Junior, um dos herdeiros da propriedade.
Desavenças com vizinhos por causa de barulho das festas (a casa fica em um pacato bairro residencial) não motivaram o desapego, ao contrário do que os rumores afirmam. “Nossa relação com os vizinhos é excelente. Decidimos vender a propriedade após a morte de um dos nossos irmãos, apenas por uma questão estratégica de divisão de bens”, compartilha.
“É chegada a hora de um novo proprietário usufruir e dar continuidade ao legado da mansão”.
A propriedade, conforme explica Nivaldo, continuará a sediar eventos (apenas os já programados) até o fim deste ano. “Podemos vender a casa hoje, mas entregaremos as chaves aos novos proprietários somente em janeiro de 2023, data final dos nossos contratos”, revela o empresário, lamentando decepcionar quem um dia sonhou em subir ao altar ou renovar os votos na mansão.
Embora esteja mais distante, esse sonho não está completamente perdido – tenha esperança! Apesar dos herdeiros não terem estabelecido pré-requisitos para a compra, o desejo da família é que a edificação siga aberta ao público de alguma maneira.
“Esperamos que permaneça como uma casa de festas ou seja transformada em um centro cultural”.
Obra-prima da arquitetura
A Mansão dos Arcos demorou sete anos para ser erguida e tem 2.500 m2 de área construída. Já estampou páginas de livro e foi tema de documentários sobre arquitetura.
Além de Lelé, carioca convidado por Oscar Niemeyer para ajudar na construção de Brasília, a casa contou com a expertise de um artesão espanhol. O profissional esculpiu cada arco à mão em um trabalho manual surpreendente. “O espanhol é um craque. Eu pedi para ele fazer um arco, e ele fez de maneira perfeita, até sem forma. Se eu soubesse que ele era tão hábil, teria inventado mais complicações”, declarou Lelé à época, segundo livro da editora Blau dedicado ao arquiteto.
De tijolinhos e sem grades, a propriedade com pé direito de 8,5 metros, 10 quartos, cinema com 90 lugares, ampla piscina e sauna chegou a ficar cinco anos abandonada após a morte do patriarca dos Borges, aos 85 anos. Felizmente, hoje, está em ótimo estado de conservação.
De sonho a negócio lucrativo
A propriedade se tornou lucrativa após uma das mulheres do clã decidir se casar no local. “O evento aconteceu em 2014 e foi divulgado em sites e revistas. A partir de então, o meu telefone não parou de tocar. Noivos viram na Mansão dos Arcos um cenário exclusivo e inusitado para subir ao altar”, lembra Nivaldo Junior.
Os decoradores também apreciam (e muito) o espaço. Valéria Leão Bittar, por exemplo, já realizou diversos festejos na casa e ficou sentida com a notícia da venda.
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Além da imponente edificação e da abundante área verde, a mansão seduz pelo valor da locação. Nivaldo e a família costumavam cobrar R$ 21 mil para quatro dias de aluguel. “Tempo mais do que suficiente para montar e desmontar qualquer evento”, diz.
O montante é inferior ao exigido por outras casas de festa no Distrito Federal. Algumas, sem o mesmo valor histórico, chegam a cobrar R$ 25 mil por apenas 24h de uso.
Para quem ficou triste com a novidade, há uma boa notícia. Às terças-feiras, a propriedade ainda tem vagas para ensaios de noivas e debutantes. Para alugar o espaço (e eternizá-lo em pixels), entre em contato pelo telefone (61) 99981-9625.
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