Nutricionista da blue zone revela bebida que evita para viver mais
De acordo com a nutricionista Eliza Cheng, esta bebida pode atrapalhar o sono e o apetite, além de afetar a saúde física e mental
atualizado
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Eliza Cheng é uma nutricionista que mora em Loma Linda, uma pequena cidade na Califórnia (EUA) conhecida como a única blue zone (zonas azuis, em português) da América. Além de incentivar o consumo de alimentos saudáveis, ela compartilha aqueles não tão bons para a saúde, como as bebidas energéticas.
Em artigo publicado no portal CNBC, Cheng explicou que as bebidas energéticas podem atrapalhar o sono e o apetite. Embora possa proporcionar saciedade temporária, não é uma refeição completa. Por isso, não deve ser usada como substituta de uma.
“Um dos principais ingredientes de muitas bebidas energéticas é a cafeína. Apesar de melhorar o estado de alerta e a concentração, seu consumo excessivo pode levar a efeitos adversos, como aumento da frequência cardíaca, pressão alta e ansiedade”, disse.
As bebidas energéticas também são capazes de aumentar o nível de açúcar no sangue e a inflamação, além de afetar a saúde física e mental. Talvez pouca gente saiba, mas estimulantes como guaraná e taurina, combinados com a cafeína, representam riscos adicionais à saúde, afirma a nutricionista.
“Estudos mostram que o consumo frequente de bebidas energéticas está associado ao aumento dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Há também o aumento substancial de norepinefrina, um hormônio do estresse que pode levar ao aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial”, reiterou a expert.
Perigo do consumo em excesso
Segundo a nutricionista Karinee Abrahim, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais, o consumo de bebidas energéticas pode comprometer a saúde, principalmente quando acontece em excesso. Além dos motivos citados acima, a expert acrescenta desidratação e interações com medicamentos e álcool.
“A cafeína presente tem propriedades diuréticas, o que significa que pode aumentar a produção de urina e levar à desidratação. Outro ponto é que, se combinadas com álcool, os efeitos estimulantes podem mascarar a percepção de embriaguez, aumentando o risco de consumo excessivo de álcool e comportamentos de risco”, salienta.
Vale citar que certos grupos, como crianças, adolescentes, grávidas, e pessoas com problemas cardíacos ou outras condições de saúde preexistentes, estão em maior risco ao consumir esse tipo de bebida. “Nesses casos, mesmo pequenas quantidades podem ser prejudiciais”, ressalta Abrahim.
Recomendações
Karinee afirma ao Metrópoles que as bebidas energéticas podem ser úteis em algumas situações específicas. Isso inclui casos em que os indivíduos precisam de um impulso rápido de energia e concentração, como estudantes durante uma maratona de estudos ou profissionais que precisam se manter alertas em um plantão noturno.
“Outro caso onde o consumo pode ser considerado é em atividades físicas intensas e prolongadas, especialmente para atletas que buscam um estímulo adicional. No entanto, é crucial que essa prática seja feita de forma controlada e preferencialmente sob orientação de um profissional de saúde”.
Segundo a nutricionista Ingrid Albuquerque, as bebidas energéticas podem ser consumidas com moderação. Neste caso, é fundamental estar atento às quantidades e ao horário de consumo por conta da cafeína e outros estimulantes que permanecem no organismo por 8 a 12 horas.
“Isso pode impactar o sono e aumentar a ansiedade, se ingeridos em excesso ou no fim do dia. Por isso, recomendo o consumo preferencialmente pela manhã ou, no máximo, após o almoço para evitar que essas substâncias interfiram nas atividades diárias e na qualidade do sono”, encerra.