Queda de cabelo: descubra as várias causas para este problema
Da alimentação a problemas de saúde, o paciente deve ser submetido a uma abordagem multidisciplinar
atualizado
Compartilhar notícia
Que a alimentação influencia muito na saúde capilar já não é novidade para ninguém, mas existem outras causas e desordens que estão intimamente correlacionados a esse problema. Médico e nutricionista esclarecem.
O médico dermatologista, especialista em tricologia médica, Dr. Eugenio Reis, fala sobre algumas razões que vem atingindo à saúde capilar da população.
A quantidade e a qualidade do cabelo estão intimamente relacionadas ao estado nutricional de um indivíduo. Cabelos brilhantes e saudáveis refletem a condição geral de saúde e bem-estar: dois fatores ligados a uma correta alimentação.
Com uma nova doença atingindo à saúde da população de maneira global, uma das queixas mais comuns no consultório do Dr. Eugênio, atualmente, é a queda capilar pós-Covid-19. Os primeiros relatos dessa associação surgiram em junho de 2020 e, com o aumento de casos no mundo, a partir de agosto de 2020, a questão foi ficando mais clara no meio científico.
Normalmente a queda de cabelo relacionada à Covid-19 ocorre após 2 a 3 meses da infecção pelo vírus. Esse quadro é entendido como multifatorial, envolve tanto fatores de estresse que estamos vivendo por estarmos preocupados com a pandemia e a situação de não poder ter acesso aos momentos que vivíamos antes. Outro ponto é a própria patologia: na fase inflamatória com envolvimento de vários órgãos do corpo, alguns pacientes também apresentam uma perda de peso importante, o que reflete na saúde dos cabelos.
Existem algumas outras causas comuns de queda de cabelo que são investigadas numa consulta dermatológica, como doenças da tireoide, dietas restritivas, perdas de peso importante – após cirurgias bariátricas –, ingesta pequena de carne vermelha, mudanças de padrão hormonal como parada no uso de anticoncepcionais, ou tratamentos de reposição hormonal em homens e mulheres.
Episódios que geram estresse no paciente sempre podem ter como consequência a queda de cabelo, a exemplo de doenças em familiares, excesso de exigências ou prazos no trabalho, problemas nos relacionamentos amorosos, ou nesse momento atual que estamos ficando mais reclusos, restrições na vida social.
Médicos dermatologistas e nutricionistas devem ter esse olhar para o paciente, utilizando uma perspectiva mais ampla, e também cuidar das deficiências ou pelo menos chamar atenção para elas, que podem não estar diretamente relacionadas à queda de cabelo.
Veja sugestões de cuidados nutricionais em pacientes com determinados quadros clínicos:
1) Pacientes com Sensibilidade ao glúten: ferro, ácido fólico, vitamina B12
2) Pacientes Obesos: ferro, vitamina B1 (tiamina), vitamina B12, vitamina D
3) Cirurgia bariátrica: proteína, vitamina B1 (tiamina), vitamina B12, folato, vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), vitamina C, ferro, zinco, cobre, magnésio, cálcio
4) Anorexia e bulimia: calorias, cálcio, potássio, magnésio, selênio, zinco, vitamina A, ácido fólico
5) Alcoolismo: vitamina B1 (tiamina), vitamina B6, vitamina B12, ácido fólico, niacina, biotina, vitamina C, vitamina A, vitamina D, vitamina E, vitamina K, selênio, zinco, cobre
6)Fumantes: vitamina C, biotina, L-cistina, vitamina B6
7) Paciente em tratamento oncológico: calorias, proteínas, vitamina D, selênio, zinco. Advertência: o sucesso do tratamento e o processo de cura em pacientes com câncer são significativamente influenciados pelo estado nutricional dos pacientes. Ainda assim, do ponto de vista oncológico, tem havido preocupação de que os suplementos dietéticos possam diminuir a eficácia da quimioterapia e da radioterapia. Portanto, há a necessidade de um diálogo aberto entre oncologistas e pacientes oncológicos, abordando as necessidades do paciente e ao mesmo tempo tratando de questões relacionadas à eficácia e à segurança dos suplementos nutricionais
8) Interações medicamentosas: nutrientes relevantes para cabelos saudáveis que podem ser afetados por medicamentos incluem ferro (antiácidos, aspirina e NSAR), zinco (antiácidos, inibidores da ECA, diuréticos), cobre (zinco), selênio (estatinas), biotina (antiácidos, anti- bióticos, isotretinoína, ácido valpróico), vitamina B12 (antiácidos), niacina (isoniazida) e vitamina D e, possivelmente, os aminoácidos sulfurados (paracetamol) e ácidos graxos essenciais (orlistat)
9) Pacientes veganos: ácidos graxos ômega 3, vitamina B12, ferro, zinco, cálcio