Por que comer menos à noite pode ajudar no seu emagrecimento
Uma análise realizada com 420 obesos observou o efeito da distribuição calórica ao longo do dia na perda de peso
atualizado
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Existe uma vertente na nutrição, chamada crononutrição, que tem ganhado protagonismo no meio científico. Para quem nunca ouviu falar, o termo aparentemente complicado consiste, basicamente, em pautar a sua alimentação de acordo com as propriedades fisiológicas do ciclo circadiano.
Estudos recentes revelaram que uma oferta maior de calorias durante o dia, com diminuição da quantidade à noite, ajuda a queimar mais gordura.
A justificativa? De acordo com o padrão de secreção hormonal mediada pelo ciclo circadiano, temos uma melhor resposta da insulina a variações da glicemia no período da manhã, ou seja, uma refeição com alto teor de carboidratos terá impacto nas oscilações da glicemia e na insulina se feitas no começo do dia, em detrimento do período noturno.
Uma análise realizada com 420 obesos observou o efeito do padrão da distribuição calórica por todo o dia na perda de peso. A intervenção foi realizada por 20 semanas e, nelas, os indivíduos foram divididos em dois grupos, um com almoço antes das 15h e outro, após esse horário.
O resultado reforçou os princípios da crononutrição, já que o grupo que almoçava mais cedo apresentou um emagrecimento maior ao final de 20 semanas de observação.
Além desse estudo, é possível encontrar diversas outras metodologias apontando resultados contundentes que comprovam: o organismo humano não foi feito para grandes refeições no período noturno.
É necessário frisar que, ao entardecer, o nosso sistema gastrointestinal trabalha de forma mais lenta. Comer em grandes quantidades à noite pode gerar prejuízos ao sono e à saúde, além de culminar naqueles quilinhos a mais.
Outro fato que faz entender sobre a crononutrição seria em relação aos comportamentos dos nossos antepassados, ou seja, dos homens primitivos. Eles precisam caçar em busca de seus alimentos no período matutino, enquanto, no período noturno, apenas descansavam.
Isso leva a crer que o metabolismo humano tenha se adaptado à configuração dos padrões alimentícios primitivos, tendo como resposta, inclusive, um despreparo para receber grande volume de comida após às 18h.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica