Ozempic pode causar efeito rebote? Endocrinologista esclarece
É comum ver pessoas recorrerem ao Ozempic para emagrecer. O reganho de peso após o fim do tratamento, no entanto, pode ocorrer
atualizado
Compartilhar notícia
Em um mundo em que a obesidade surge como uma pandemia, é natural que boa parte da população recorra a estratégias e atalhos para perder os quilinhos extras. No entanto, o desafio de perder peso de maneira saudável não é tão simples assim. Afinal, a questão precisa ser tratada de maneira cautelosa.
No que diz respeito a emagrecimento, um medicamento que tem ganhado popularidade nos últimos anos é o Ozempic, cujo princípio ativo é a semaglutida. Essa medicação injetável tem como finalidade o tratamento da diabetes, já que promove controle da glicemia. Porém, é comum ver pessoas recorrendo a ela indiscriminadamente para reduzir medidas.
Em conversa com o Metrópoles, o endocrinologista Fernando Martins responde em quais casos esse remédio trará prejuízos.
De acordo com o especialista, o primeiro passo é avaliar a causa que levou o indivíduo ao ganho de peso, como alta ingestão calórica, compulsão alimentar e falta de atividade física. Além disso, é necessário avaliar a idade e o sexo da pessoa, fatores que também influenciam a composição corporal e a escolha do tratamento mais adequado.
Fernando afirma que o medicamento citado promove a supressão do apetite, podendo ser efetivo na perda de peso. Isso ocorre, porém, apenas quando bem utilizado, na dosagem correta, uma vez que ele pode gerar efeitos colaterais como náuseas, dor de estômago, refluxo e prisão de ventre. “Utilizado de forma adequada, o Ozempic promove, em dose plena, cerca de 15% de perda de peso”, revela o médico.
É necessário também considerar os prós e os contras da medicação, levando em consideração o histórico do paciente. Assim, o especialista consegue fazer uma boa prescrição.
Afinal, o Ozempic pode causar efeito rebote?
Sim, o Ozempic pode causar efeito rebote. Com o uso errado do medicamento, comprado sem prescrição médica, o reganho de peso se torna ainda mais esperado após o fim do tratamento. Em razão da obesidade ser uma doença crônica, apenas o médico saberá o tempo correto de uso para evitar esse fenômeno.
Vale lembrar que, para emagrecer, seja qual for o caso, com ou sem o uso de medicamentos, apenas reduzir a ingestão calórica não irá ajudar. É preciso fazer a adequação do cardápio, preservando nutrientes e substâncias necessárias. Dessa forma, o paciente consegue perder peso de forma saudável, sem se desnutrir.
Parar de se alimentar pode ser uma bomba relógio, já que a tendência é que a massa muscular seja perdida e o metabolismo sofra desaceleração.
Por isso, não faça nada por indicação de amigos. Procure um profissional competente para te orientar.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica