Nutricionistas famosos do DF revelam suas fórmulas de emagrecimento
O Metrópoles conversou com profissionais requisitados da capital para saber: afinal, que dieta seguem os experts em alimentação?
atualizado
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Antes de adotar uma dieta com objetivo de emagrecer, é importante consultar um nutricionista. Mas, apesar desses profissionais serem bastante associados a protocolos restritivos de alimentação, parte deles não costuma seguir soluções de curto prazo e à qualquer custo para alcançar mudanças no corpo. A maioria prefere a adoção de hábitos contínuos. A ideia é obter, para além de um processo de perda de peso consistente, uma vida mais saudável.
Ainda não há uma fórmula pronta para unir ambos os benefícios. O que existem são várias soluções possíveis, a depender da genética, dos objetivos e do estilo de vida de cada pessoa. É justamente por isso que as dietas que prometem mudanças express não costumam ser eficazes. Pelo menos, não por muito tempo.
Uma dica quase unânime entre os profissionais da área é trocar o empenho em buscar tendências mágicas por pesquisas sobre um lifestyle equilibrado. Que tal começar descobrindo “quem são, como vivem e do que se alimentam” os nutricionistas mais requisitados do Distrito Federal?
A pedido do Metrópoles, Clayton Camargos, Marcela Castilho e Julia Dovera revelam que tipo de dieta seguem no dia a dia e dão dicas a quem precisa de motivação para começar a comer melhor nesta quarentena.
Equilíbrio e boas escolhas
À frente da clínica Metafísicos e com mais de 100 mil seguidores no Instagram, o nutricionista Clayton Camargos ostenta agenda cheia — mesmo em tempos de distanciamento social — e um corpo que demonstra sua expertise quando o assunto é alcançar objetivos estéticos por meio da alimentação.
Apesar de não seguir nenhuma dieta restritiva no momento, ele é adepto de outro método popular e bastante debatido pelos profissionais de nutrição.
“Uso algumas estratégias, como jejum intermitente e contagem de carboidratos, com o propósito de regular o índice glicêmico da rotina nutricional. Considero essa abordagem a que melhor responde às minhas expectativas em termos de metabolismo, composição corporal e estado geral de saúde”, explica o nutricionista.
Além desses protocolos, Clayton busca se alimentar de quatro a seis vezes por dia — priorizando almoço, dois lanches à tarde, jantar e ceia — e se permite “oportunidades”. Ele, porém, esclarece: é um conceito bem diferente de “dia do lixo”.
“Brinco que, nessa oportunidade, faço um banquete com entrada, prato principal, sobremesa e bebida alcoólica. Não gasto uma refeição livre com um lanche do tipo fast food ou petiscos, mas literalmente com comida de verdade, que me ofereça prazer sensorial e afetivo. Afinal, comida também é felicidade e socialização”, afirma.
Clayton Camargos, nutriocionista brasiliense
Ingredientes processados são evitados pelo “nutri”. “Trazem mais químicos, açúcar e farinha refinados, gordura saturada e sódio, todos potenciais facilitadores para a obesidade, hipertensão, diabetes tipo II, vários tipos de câncer e outras doenças crônicas”, diz.
Segundo o nutricionista, não saber cozinhar não é desculpa para se render a esses produtos. “Quando meu marido, o chef da casa, não pode atuar, encomendo marmitas de uma famosa franquia de refeições fitness”, conta.
No dia a dia, Clayton dá preferência a receitas que envolvam preparações criativas como o “arroz” de couve-flor. “É leve, saboroso e ajuda a diminuir a quantidade de carboidrato no dia a dia. Gosto da versão com manteiga ghee e salsinha”, indica.
Para quem está cansado do combo frango grelhado e batata doce, outra dica: “Frango cozido e desfiado com cogumelos shitake e shimeji — que são fontes de proteína de alto valor biológico e não possuem gordura —, em um molho de leite de amêndoas, chia e cúrcuma. Embora não seja exatamente de baixo valor calórico, é uma opção de baixo índice glicêmico e quantidade elevada de proteínas e minerais”.
Comida de verdade
Quem também não costuma fazer dieta é a nutricionista Marcela Castilho. Em seu consultório ou no Instagram, onde tem mais de 20 mil seguidores ávidos por suas dicas de alimentação, fórmulas prontas para emagrecer não têm vez.
“Como seguindo a minha fome. Em média, são quatro refeições por dia. Sempre comida de verdade, adoro salada e alimentos crus. Às vezes, lancho tomate cereja com muçarela de búfala, snack de cenoura ou pepino com molho de iogurte. Sempre priorizo comida mesmo”, destaca.
Ela diz se alimentar corretamente, na quantidade certa e sem “neuras”, evitando apenas alguns alimentos. “Presunto, peito de peru, similares e frituras. Fazem mal extremo à saúde. Embutidos têm potencial cancerígeno e frituras promovem inflamações no organismo”, alerta a profissional.
Para pessoas que têm dificuldade de matar a fome com alimentos saudáveis, Marcela sugere incrementar as receitas e exercitar um novo olhar sobre elas. “Fazer uma salada com ovo de codorna, um molho de abacate e uma granola salgada por cima já muda tudo. Temperar o frango com ervas frescas ou empanar em uma farinha saudável e assar deixa a refeição com outra cara e sabor”, sugere.
“Os vegetais podem ser feitos de várias maneiras, como uma caponata de berinjela, couve-flor assada com páprica, carpaccio de abobrinha. No meu ‘Insta’, há várias receitas como essa. Não tenha medo de gorduras, a não ser que sua dieta precise ser baixa em gorduras. Queijo cottage e ricota são ótimas opções”, complementa.
Vegana e funcional
Com mais pessoas abandonando o consume de carne e derivados de proteína animal, o perfil segmentado da nutricionista brasiliense Julia Dovera faz sucesso e acumula 20 mil seguidores no Instagram.
De acordo com uma pesquisa do Ibope, demandada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), aproximadamente 30 milhões de brasileiros se declaram vegetarianos, o que representa 15% da população. Embora não existam estimativas que indiquem o percentual de veganos no país, pesquisas internacionais sugerem que pelo menos 30% dos que se declaram vegetarianos também não fazem uso de ingredientes derivados.
Júlia assegura que o comportamento, além de sustentável, é funcional. “O vegetarianismo é a minha escolha alimentar há mais de três anos. Me adaptei com essa alimentação, me senti mais disposta, mais saudável e mais consciente em relação ao meio ambiente e aos animais”.
Julia Dovera, nutricionista e gastrônoma brasiliense, especialista em alimentação vegetariana e vegana
As dietas ficam restritas a períodos em que a profissional precisa alcançar algum objetivo, como ganho de massa muscular. “Nesse caso, tento trabalhar com um pouco mais de proteína na minha alimentação e costumo calcular a quantidade certinha de calorias”, diz.
Como também é gastrônoma, Julia mantém seguidores fiéis dando dicas e receitas para ajudar vegetarianos a se alimentarem melhor. E também para afastar de vez o estigma de que quem não consome carne, necessariamente, recorrerá mais vezes a refeições com muito carboidrato. Ela compartilhou algumas delas com o portal:
“No café da manhã, normalmente como tofu mexido, pão integral com tahine ou abacate. No almoço, tento trabalhar com uma leguminosa; fonte proteica vegetal (feijões, grão de bico, lentilha, soja ou ervilha); um cereal integral (arroz integral, quinoa ou inhame); uma salada com bastante verde escuro, ricos em ferro e cálcio; e sementes, levedura nutricional para aumentar o aporte proteico, quantidades de gorduras boas e fibras”, lista Júlia.
“No lanche, normalmente faço um iogurte com leite vegetal e como com sementes, castanhas e frutas. À noite, opto por um caldo de legumes com alguma fonte proteica vegetal dentro, como lentilha, proteína de soja ou grão de bico”.
A expert recomenda alguns dias sem carne, mesmo para quem não pretende abandonar definitivamente o consumo. O movimento é apelidado de Segunda Sem Carne. Para inspirar os leitores do Metrópoles, ela ensina uma receita prática, saborosa e nutritiva para o almoço da semana: estrogonofe de grão de bico. Confira: