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Nove de 10 marcas de maionese analisadas pela Proteste têm aditivos que oferecem risco à saúde

Apenas o produto da marca Heinz não contém os polêmicos BHA e BHT, ingredientes que dificultam a absorção de nutrientes pelo organismo e podem causar outros problemas

atualizado

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A maionese parece cair bem com grande parte das receitas que vão à mesa. A preocupação, geralmente, é variar entre a “normal” e a “light”, ou então optar por aquela maionese acrescida artificialmente de algum outro sabor – alho e cebola, atum, azeitona etc.

Adquirir uns quilinhos com seu consumo deve ser apenas uma das preocupações das pessoas. Há, no entanto, a um perigo velado, ao qual é preciso estar atento: uma análise feita neste mês com 10 marcas de maionese revela que somente uma delas não conta com aditivos que causam problema de absorção de vitaminas A e D, podem desencadear reações alérgicas e até mesmo hiperatividade. Estamos falando do Butil Hidroxianisol (BHA) e do Butil Hidroxitolueno (BHT).

O alerta veio da Associação de Consumidores Proteste, que analisou os rótulos das 10 marcas e obteve o espantoso resultado. Um dos aditivos, BHA, é usado como antioxidante e tem sua segurança discutida. Já o BHT é usado para prevenir a decomposição de óleo e gordura da maionese – ou seja, para manter a sua cremosidade, a absorção de nutrientes pelo sistema digestivo humano é colocada em risco.

Produtos químicos
A nutricionista funcional e consultora na clínica Nutricionistas&Funcional Daiane Sousa explica que os aditivos são usados para dar mais tempo de vida e de prateleira aos produtos, alterando em algumas vezes a espessura do creme e, consequentemente, gerando o sabor industrializado. “Só por serem produtos químicos, já são um incômodo para o organismo”, afirma.

O trabalho do fígado se sobrecarrega e tais aditivos passam, então, a cumprir funções negativas no corpo que não são esperadas, como alterações hormonais em seres humanos e, quando testados em ratos, induzem ao câncer.

Daiane Sousa

A advogada da Proteste Tatiana Viola de Queiroz ainda chama a atenção para uma outra preocupação. A quantidade dos aditivos no Brasil é elevada a níveis não aprovados em fronteiras distantes daqui, como Europa e América do Norte.

“No Brasil, infelizmente contamos com uma legislação fraca e permissiva, que não impõe limites na quantificação dos aditivos. Os mesmos produtos, quando vendidos na Europa, são encontrados em nossos mercados com mais sal e gordura, por exemplo”, comenta.

Como apenas 10 multinacionais controlam a indústria alimentícia, cada setor de distribuição conta com um limite de produtos adicionais. A legislação brasileira é liberal e, mesmo sabendo das consequências, as empresas utilizam tais produtos, como corantes, queijo artificializado, óleo e outros.

Tatiana Viola de Queiroz

A popular Hellmann’s – tanto a tradicional quanto a extra cremosa gourmet – conta com as duas substâncias em sua composição. Já a maionese Superbom, do tipo Vegetale, e a Qualitá têm em sua fórmula somente o BHT. As marcas Liza, Arisco, Salada, Hemmer e Saúde se juntam à Hellmann’s e contam com BHT e BHA.

Procurada pela reportagem, a empresa responsável pela fabricação da Hellmann’s afirmou em nota: “A Unilever Brasil esclarece que todos os seus produtos são desenvolvidos de acordo com os mais altos padrões de qualidade para atender, da melhor forma, às necessidades do consumidor, seguindo a legislação brasileira. Todos os produtos e ingredientes são testados e aprovados, segundo as normas de segurança alimentar estabelecidas pela legislação vigente aplicável. Presente há 86 anos no Brasil, a companhia reforça seu compromisso com a qualidade e a transparência, mantendo toda a informação nutricional de seus produtos disponível nas embalagens”.

Ressalte-se que a explicação da multinacional se aplica a todas as demais fabricantes, visto que os aditivos não são proibidos no país. O alerta da Proteste não é para nenhuma ilegalidade, mas para o uso indiscriminado das substâncias e seus riscos à saúde.

O único produto cujo rótulo está a salvo desses aditivos, tanto BHT quanto BHA, é a maionese Heinz.

Reprodução

Alternativa saudável
A nutricionista Daiane Sousa oferece uma alternativa àqueles que querem fugir da maionese: abacate. O fruto, segundo ela, possui uma gordura excelente e deve sair da moda abrasileirada de misturar com açúcar e leite e passar a ser usado como base para cremes, patês, sanduíches e até mesmo sushis.

Outra maneira mais saudável – e saborosa – de substituir a maionese é o iogurte natural, que pode também ser feito em casa. Quando caseiro, o produto carrega menos aditivos prejudiciais à saúde. Confira uma receita fácil de iogurte natural:

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    • Ingredientes
      2 litros de leite semidesnatado
      1 pote de iogurte integral (170 g aproximadamente)
    • Modo de preparo
      Coloque o leite para ferver e desligue assim que borbulhar. Caso forme nata, descarte-a. Deixe-o esfriar até atingir o nível morno. Neste ponto, acrescente as 170 g de iogurte ainda na panela e misture. Cubra o recipiente com toalhas de mesa, a fim de cobri-lo e mantê-lo aquecido. Cerca de oito horas depois – ou quando o líquido atingir a consistência cremosa – estará pronto para ser saboreado. Depois, é só criar pastinhas, molhos e afins, com temperos e ervas frescas

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