Faço jejum intermitente, mas não emagreço. Onde estou errando?
Embora esteja em alta, essa estratégia frustra alguns praticantes que realizam o protocolo, mas não conseguem o efeito desejado
atualizado
Compartilhar notícia
Uma das tradições humanas mais antigas, o jejum intermitente começou a ser estudado por conta da tradição muçulmana do Ramadã. Por 30 dias, é obrigatório manter o jejum do nascer ao pôr do sol. Desde então, foram observadas melhorias significativas no organismo, como perfil lipídico, efeito cardioprotetor, melhoras na resposta à insulina e diminuição na massa de gordura. Justamente por isso, esse tipo de jejum se popularizou e passou a ser utilizado como uma forma de emagrecer e com benefícios comprovados pela ciência.
Embora esteja em alta, ele frustra alguns praticantes que realizam o protocolo, mas não conseguem o efeito desejado.
Em geral, o jejum intermitente conta com um período de abstinência de duração variável. Só é permitido, nesse momento, consumir café, chás e água. O período menor que resta é a janela específica de tempo que o indivíduo tem para se alimentar.
Muita gente, porém, acaba exagerando ao quebrar o jejum, extrapolando o consumo calórico ideal ao longo do dia. Após um longo tempo de privação de comida, o ideal é seguir uma orientação adequada, e ser prudente com os excessos. São eles os responsáveis por frustrar o objetivo final: emagrecimento.
Para a missão ser bem-sucedida, é necessário que, ao final do dia, o indivíduo alcance um balanço energético negativo, ou seja, um gasto calórico maior que a ingestão. Esse fator será a chave determinante para se despedir daqueles quilinhos extras.
Se a pessoa está privando sua alimentação por um período só que, em dias alternados, entra em um processo de compensação calórica, é muito provável que ela venha se dar mal com essa estratégia.
Nesse caso, é necessário rever a ingestão calórica para conseguir adequar as expectativas pessoais, de maneira que a privação alimentar não seja em vão.
Outro fator que pode levar o indivíduo a não responder mais ao jejum seria o efeito platô, no qual há uma adaptação do metabolismo frente à dieta.
O metabolismo pode se reajustar e acabar estagnado ou, no máximo, manter a composição corporal como já está.
Para evitar essa adaptação, atividades físicas com diferentes estímulos, mudança da dieta e estratégias nutricionais periodicamente se fazem necessárias. É preciso, também, fazer uma avaliação individual. Caso contrário, seguir uma tendência alimentar sem orientação poderá levar a um desgaste emocional à toa, sem poucos resultados práticos.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica