Dieta amazônica promete saúde, longevidade e boa memória
O plano alimentar é composto de guaraná, peixe de água doce, açaí e mandioca
atualizado
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Maués, no Amazonas, pode esconder o segredo da juventude – tal qual a fonte da fictícia Serro Azul, na novela O Sétimo Guardião. O município, também conhecido como Terra do Guaraná e da Longevidade, impressiona por ter habitantes mais velhos do que a média da capital do estado: 1% dos locais passa dos 90 anos. Pesquisadores do Brasil e da Espanha estão de olho nos moradores da região, seus hábitos relaxados e alimentação rica.
A chamada dieta amazônica tem tudo para virar a nova moda de saúde. Ela pode até lembrar a mediterrânea, mas o plano alimentar de Maués aposta em um pouco de guaraná toda manhã, muitas frutas, mandioca, açaí e peixe de água doce.
O nutricionista Omar Faria afirma que a dieta amazônica se destaca por ser pouco inflamatória no corpo, resultado do consumo de carne branca. Os frutos nativos da região são antioxidantes, cheios de vitaminas e minerais.
“Nessa dieta, você controla melhor quanto açúcar tem no sangue – e menos açúcar está ligado à longevidade. Ela ajuda a não aumentar o colesterol e mantém o intestino funcionando bem”, comenta o especialista. “O consumo de tubérculos, como batata-doce e mandioca, pode auxiliar a ter menos chances de neurodegeneração.” Segundo o nutricionista, outro impacto da alimentação amazônica é a melhora do sistema imunológico.
A dieta requer várias comidas encontradas no Amazonas, mas pode ser adaptada para o Cerrado sem problemas. “É possível pegar o conceito do plano alimentar, mas, muitas vezes, não com os mesmos nutrientes”, explica Omar. A castanha-do-pará pode ser substituída pela de baru, e o peixe de água doce é trocado por tilápia.
Além dos alimentos, é importante prestar atenção em como eles são consumidos: a dieta amazônica não usa produtos industrializados e dá preferência ao que vem da natureza. “Batata-doce, cará, inhame, castanhas, frutas e vegetais são fáceis de se ingerir na forma natural”, incentiva. Omar recomenda acrescentar manga, pequi, caju, buriti (rico em vitamina A), acerola e seriguela no prato.
O guaraná, um dos pilares da dieta, é uma ótima pedida. Encontrado em cápsulas ou em pó, o nutricionista indica tomar cerca de 200 a 300 miligramas por dia, ou uma colher de café rasa toda manhã. “É antioxidante, melhora o foco, a concentração e a disposição para atividade física”, orienta.