Após os excessos do Carnaval, veja como emagrecer sem passar fome
Quando o assunto é a perda de peso, vale lembrar que o próprio organismo cria mecanismos adaptativos contra esse processo
atualizado
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Em abril, a soma do feriado da Páscoa e do Carnaval fora de época fez muita gente perder a linha, e exagerar nos comes e bebes. Agora, o ano finalmente se inicia e, com ele, as expectativas de melhorar os hábitos de vida e a alimentação.
Entre quem deseja emagrecer, há uma parcela de pessoas cansadas da conversa de que para “secar” basta fechar a boca, gastar mais calorias do que ingere, ter um déficit calórico negativo… Essas abordagens, nesses casos, cansaram, e resumem de forma simplista algo que é de grande complexidade.
Quando o assunto é a perda de peso, vale lembrar que o próprio organismo cria mecanismos adaptativos contra esse processo, sendo capaz, inclusive, de potencializar seu apetite ao entrar em restrições calóricas impactantes.
Ao ficar muito tempo sem alimento, o corpo aumenta a produção de um hormônio chamado grelina, responsável pelo apetite.
Para aqueles que acreditam que retirar o carboidrato da dieta seja uma solução, saiba que o sistema nervoso central consegue fazer um balanço dessa ingestão e se ressente, incentivando que você busque mais esse nutriente.
No caso de retirar as gorduras, é provável que o indivíduo não sinta tanta saciedade nas refeições. Além disso, por ser uma substância volátil, nosso organismo fica mais sensível para se esbaldar apenas ao sentir o cheiro.
Em suma, restringir nutrientes potencialmente necessários para o funcionamento do organismo poderá aumentar diversos hormônios produzidos no intestino, responsáveis pelo centro da fome. Ou seja: é bem difícil enganar ou restringir o seu organismo. Ele mesmo já criou suas próprias armadilhas contra isso.
Quando alguém diz, então, que basta “fechar a boca para emagrecer”, provavelmente nunca ouviu falar desses mecanismos. Não que eles sejam intransponíveis mas, no mínimo, demandam estratégias individualizadas e desejo de mudança por quem toma a decisão.
O nutricionista precisa ser um excelente gestor nessas horas, ofertando alimentos que nutrem e conferem saciedade, mas conseguindo fazer a conta fechar, poupando calorias.
Priorize, sempre, a oferta nutricional, já que levar ao emagrecimento sem a adequação correta de nutrientes resultará em nada mais que um quadro de desnutrição, tornando inviável que o emagrecimento se consolide.
Para que esse processo ocorra de forma eficiente, adote uma consultoria com profissional qualificado e tenha consistência, fuja das privações e aprenda a ajustar a sua própria balança. A via do emagrecimento não aceita atalhos.
Por fim, outra observação elementar para um emagrecimento sustentável: melhore a qualidade dos macronutrientes, como carboidratos, gorduras e proteínas; e também a saúde emocional.
Um processo considerável de mudança corporal exige uma reeducação alimentar e ela se resume a um novo relacionamento com a comida, em que consiste nada mais na busca do autoconhecimento para ter consciência das emoções que te trazem descontrole perante a comida.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica