Morre o arquiteto e professor José Galbinski, aos 90 anos
José Galbinski tinha 90 anos e era considerado um dos mais importantes arquitetos em Brasília
atualizado
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Morreu, em Brasília, o arquiteto e professor José Galbinski, aos 90 anos. A causa da morte ainda não foi informada pelos familiares. Influenciado pela escola paulista e pela arquitetura brutalista, o também urbanista possui obras importantes na capital federal.
Natural de Porto Alegre, José Galbinski é considerado um importante nome da área em Brasília. Graduado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele fez PhD na Cornell University, em Nova York, além de passar pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).
A história do arquiteto com a capital federal começou a ser traçada quando ele ingressou na reabertura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), que havia sido fechada durante a ditadura militar. Na época, Galbinski foi convidado a integrar o corpo docente, a convite de Miguel Pereira, ao lado de um grupo de professores.
“Foi um sujeito importante para o ensino de arquitetura no Distrito Federal e também para a cidade”, resume Haroldo Pinheiro, ex-presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil e presidente fundador do Conselho de Arquitetura do Brasil, ao Metrópoles.
Legado
Amante da arquitetura brutalista, Galbinski deixou sua marca em vários pontos de Brasília. Entre as obras mais notáveis estão o Pavilhão da Náutica, a urbanização do Pontão no Lago Sul e os edifícios da Biblioteca Central e do Restaurante Universitário, na UnB — os dois últimos foram feitos em conjunto com outros profissionais.
Ainda em Brasília, o arquiteto assinou projetos como a sede da Casa Thomas Jefferson no Lago Sul e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Depois que se aposentou da UnB, Galbinski participou da criação do curso de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB).
Nas palavras de Haroldo, Galbinski sempre se destacou pelo talento e inteligência. “Ele se dedicou ao ensino, foi um professor muito querido por várias turmas da UnB”, comenta.
Haroldo lembra que Galbinski sempre defendeu Brasília, a preservação do projeto de Lucio Costa e o desenvolvimento do DF de um modo geral. “Era um sujeito bem humorado, com observações baseadas no bom senso, no equilíbrio. Tinha muito conhecimento, era muito culto, principalmente, no que se referia à cultura arquitetônica”.
Além disso, o amigo pontua que o arquiteto sempre se envolveu em causas importantes, tanto na área da educação quanto na profissão como um todo.
Nota de pesar
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB publicou uma nota de pesar, lamentando a morte do arquiteto. De acordo com a universidade, a comunidade arquitetônica e todos aqueles que tiveram a honra de conhecê-lo estão de luto pela perda de um talentoso profissional e uma pessoa notável.
“Sua dedicação à educação reflete-se em seu papel como Professor Titular do Centro Universitário de Brasília-CEUB, onde coordenou o Curso de Arquitetura e Urbanismo e contribuiu significativamente para a formação de futuros arquitetos de diversas gerações”, dizia um trecho do comunicado.
“Além disso, sua influência como autor do Projeto Pedagógico do Curso de Arquitetura e Urbanismo no CEUB e sua passagem como Professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília são testemunhos de sua paixão pelo ensino e pela arquitetura”, acrescenta a nota.
O Departamento do Distrito Federal, do Instituto de Arquitetos do Brasil, também lamentou o falecimento de Galbinski . “No IAB/DF integrou nossa comissão de política urbana, junto com o Elvin Dubugras, a Alda Rabello, o Cláudio Queiroz, o Sérgio Parada entre outros colegas dedicados à preservação e planejamento de Brasília e do DF. Foi um destacado jurado em concursos organizados pela entidade”.