Morre, aos 84 anos, o arquiteto Gaetano Pesce, criador da poltrona UP
O arquiteto e designer Gaetano Pesce morreu, nesta quinta-feira (4/4), aos 84 anos. A informação foi divulgada em seu perfil do Instagram
atualizado
Compartilhar notícia
Morreu nesta quinta-feira (4/4), aos 84 anos, o arquiteto e designer italiano Gaetano Pesce. Nascido em La Spezia, na Itália, o artista foi o pioneiro do design no século 20. A notícia foi divulgada por meio de uma publicação no Instagram nessa madrugada.
“É com o coração partido que anunciamos o falecimento do criador visionário Gaetano Pesce. Ao longo de seis décadas, Gaetano revolucionou os mundos da arte, design, arquitetura e os espaços liminares entre essas categorias. Sua originalidade e coragem não são igualadas por nenhum”, dizia o texto.
De acordo com a postagem, Gaetano lidava com retrocessos relacionados à saúde, especialmente no último ano. Porém, o italiano “permaneceu positivo, brincalhão e sempre curioso. Ele deixa seus filhos, família e todos os que o adoravam. Sua singularidade, criatividade e mensagem vivem através de sua arte”.
Trabalhos
Gaetano nasceu em 1939 e estudou arquitetura na Universidade de Veneza entre 1958 e 1963. Ele foi participante do Gruppo N, coletivo inspirado na Bauhaus. Um de seus projetos arquitetônicos mais conhecidos é o Organic Building, de 1993, projetado em Osaka, no Japão.
O premiado arquiteto também criou uma casa escultórica na Praia de Itacimirim, em Camaçari, na Bahia. A fachada foi revestida por placas de resina que remetem a escamas de peixes, enquanto o interior do ambiente se destaca pelo uso de materiais locais.
Contudo, talvez a criação mais emblemática seja a poltrona UP (Donna), de 1969. O móvel tem características arredondadas e remete a formas femininas, em que um apoio para os pés lembra uma bola de ferro, fazendo alusão à opressão do corpo feminino.
Uma coisa que Gaetano ressaltava era o “discurso do malfeito”, em que produtos de design podiam ser realizados por mão-de-obra não especializada, dando margem a erros. Para ele, “quando se pretende esconder os defeitos, cria-se uma beleza abstrata e vazia”.