Você só precisa de 37 peças no seu guarda-roupa

A onda no mundo da moda agora é reduzir o guarda-roupa a apenas 37 peças. Pode tirar tudo de dentro dele, espalhar na cama, separar em pilhas do que você ama muito e do que não vai fazer a menor falta e se agarrar apenas ao estritamente necessário. Pronto! Sua relação com a moda, com o consumo e com você própria mudou para sempre. Pelo menos é isso o que as adeptas do chamado “armário cápsula” têm contado em relatos em blogs, nas redes sociais e em dezenas de grupos dedicados ao assunto espalhados pelo Facebook.

A mania minimalista ganhou os holofotes quando Caroline Recton, até então só mais uma norte-americana de 20 e poucos anos chegada em uma liquidação, resolveu contar em um blog a sua experiência de desapego. Isso foi em 2013, depois de um dia enlouquecido de compras na Black Friday.

“Voltei para casa com uma bagunça de roupas que não contribuíram em nada para o meu estilo ou minhas necessidades – e imediatamente isso virou parte de um problema maior. Há pouco tempo, eu havia notado que tinha o péssimo hábito de comprar como uma forma de sobrepor um sentimento ruim com uma pequena gratificação instantânea, escreveu.

Não é a pior coisa do mundo, mas… Me pegou de jeito quando eu percebi que não ia às compras por roupas, mas por felicidade.

Caroline Recton

Depois do insight e de uma sequência de buscas no Google sobre como encontrar o próprio estilo, Carol topou com o conceito que ajudaria a disseminar. A ideia de “capsule wardrobe” foi criada nos anos 1970 por Susie Faux, dona de uma boutique em Londres. A ideia era exatamente a mesma de hoje: poucas peças versáteis e de acordo com o próprio estilo que, sozinhas, dão conta de toda uma temporada.

Na “aventura” de reinventar o próprio guarda-roupa – toda detalhada no blog -, Carol diz que, além de ter finalmente conseguido definir o que do seu guarda-roupa tinha realmente a ver com ela, passou a economizar tempo na hora de se vestir e a fazer menos compras por impulso.

Para mim, um armário cápsula representa mais tempo e energia para o que realmente importa (menos tempo decidindo o que usar, menos tempo comprando, menos tempo de lavanderia e de manutenção das roupas), mais dinheiro para nossos sonhos e para ajudar os outros (menos dinheiro gasto em roupas que nunca são usadas) e mais alegria e felicidade.

Caroline Recton

Em tempos em que a relação das pessoas com o consumo começa a ser repensado, a iniciativa de Carol virou quase uma religião entre alguns grupos. Fashionistas do mundo inteiro passaram a reproduzir o desafio e as delícias de se viver com o mínimo em blogs e redes sociais. Grupos no Facebook se espalharam. Há os que servem para que as iniciantes troquem dicas e tirem dúvidas e os que têm como único propósito compartilhar o look escolhido do dia como um diário da vida com 37 roupas. A mania ainda está no Pinterest, no Instagram, nas revistas de moda… E a lista continua.

O sucesso foi tanto que Carol Recton passou a disponibilizar, no blog, um arquivo para download que é uma espécie de guia para o armário cápsula. O passo a passo começa em descer o guarda-roupa inteiro, passa por exercícios de definir o seu estilo com algumas palavras, peças preferidas, lojas, orçamento, uma pequena lista de compras para a estação.

Dois anos e alguns armários cápsula depois do início – Carol atualiza as peças sempre que a estação muda -, o Unfancy está de férias por tempo indeterminado. Mas os ensinamentos seguem ecoando nos guarda-roupas por aí. Gostou da ideia?

Confira o passo a passo para entrar na onda

1. Reduza seu guarda-roupa a 37 peças
Elas devem incluir blusas, partes de baixo, vestidos, casacos e sapatos. Elas não devem incluir: roupas de ginástica, acessórios, bolsas, biquínis, pijamas e roupas de ficar em casa. No blog, Carol explica que 37 não é exatamente uma regra – você pode encontrar o seu número perfeito. Ela gosta das 37 porque consegue incluir nove sapatos, nove partes de baixo e 15 blusas, além de dois vestidos e dois casacos. “Para mim, parece generoso, mas ainda assim minimalista”, diz.

2. Use apenas essas peças durante um período pré-determinado
A blogueira definiu três meses (uma estação) para que as peças sejam trocadas. No Brasil, onde as estações não são tão definidas, você pode separar por “inverno” e “verão”, ou “seca e “chuva”. Vale testar e se adaptar.

3. Não faça compras nesse período
Nenhuma.

4. Nas duas últimas semanas da estação, planeje o armário da próxima
Faça uma lista do que você precisa e vá às compras, se precisar. Mas tenha em mente que quanto menos, melhor. “O quanto você compra para a próxima estação você é quem sabe, mas lembre-se de que esse é um desafio minimalista. Então, menos é mais, sabe?!”, ensina Carol. Ela geralmente compra entre quatro e oito novas peças.

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