Rick Owens é acusado de plágio por desfilar com modelos penduradas e amarradas

Não é de hoje que Rick Owens chama a atenção na passarela. O designer americano escolheu um jeito diferenciado e inovador de homenagear o sexo feminino em seu desfile na Semana de Moda de Paris, que terminou nesta quinta-feira (7/10).

Performático, como de praxe, desta vez Owens colocou na passarela as modelos desfilando penduradas uma nas outras. Mas você vem e pergunta, mas e as roupas? A crítica social de Owens foi além da coleção. A performance chocante foi a maneira que ele encontrou de homenagear as mulheres por sua força em meio as adversidades. As cordas simbolizavam amor e união.

“Na coleção de verão masculina que compartilha do mesmo nome (Ciclope), o foco da visão era propulsivo e agressivo. Quando isso é aplicado às mulheres, eu vi o foco mais sobre nutrição, irmandade, maternidade e regeneração. Mulheres carregando outras mulheres, mulheres se tornando mulheres e mulheres apoiando mulheres – um mundo que sabemos pouco a respeito e podemos apenas apreciar dessa minha própria pequena maneira… As cordas de sustentação podem restringir, mas aqui elas são apenas sobre apoio e sobre embalar. Aqui as cordas se tornaram fitas do amor”, contou em entrevista para o Dazed Digital.

Mas nem todo o mundo aplaudiu de pé a inovação e eis que um grupo de dança do Brooklyn, NY, Flucts, criticou e afirmou ser plágio. O “protesto” veio por uma membra do grupo, Monica Mirabile, que postou fotos em seu Instagram que diziam que a ideia foi roubada de uma das performances em que ela fez parte – em algumas das fotos ainda colocando lado a lado as performances do grupo e o desfile. “Você trabalha duro como uma artista só para ser presa, amputada e suspensa no ar”, diz parte da legenda.

You work hard as an artist but to be copped and cropped and slung to hang dry. #Fluct #RickOwens To repeat: I am a choreographer, not a fashion. We (FlucT) don't think we did it first nor do we believe we deserve an apology. We love Leigh Bowery and Rick Owen's fashion shows. However, I do think that it's normalized to believe "there is not enough room for all of us". It is common for the very successful to appropriate artists because there is money to be made for being "unique". It would be appropriate to shout out and hire an artist. Exposure is fundamental to the issue of visibility because exploitation easily walks through the walls of gender, race, sexuality, familial ties, creative expression and financial need. This is a cultural problem. The scope of this incident is minor, thats obvious. Women artists are consistently misrepresented. Fluct has always been about minimizing that number and taking back that control. #thereisroomforallofus

A photo posted by Monica Mirabile (@fluct_monica) on Oct 1, 2015 at 2:35pm PDT

Bom, Monica, lamentamos informar mas nem você e nem Owens foram donos da ideia. A inspiração veio de uma das performances do artista australiano Leigh Bowery. Rick Owens tratou de deixar claro que não quis ser o inventor de nada em entrevista para o Dazed and Confused.

“Estou sabendo que tem um grupo de performance de Nova York que acha que eu copiei o trabalho deles e deveria tê-los convidado para fazer essa performance ao invés de outras pessoas. Honestamente, nunca ouvi falar neles. Eles podem estar superestimando meus conhecimentos ou talvez superestimando sua visibilidade. Acho que nós dois copiamos Leigh Bowery”, afirmou.

Dai a César o que é de César!