Coleção da Maria Filó usa estampa de escravos e é acusada de racismo
Uma cliente anunciou o fato, que por si só é absurdo, mas veio acompanhado de outras barbaridades
atualizado
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A Maria Filó já se envolveu em alguns escândalos no mundo na moda, como denúncias de trabalho escravo e tratamento baseado em gordofobia direcionado às clientes. Esta semana a marca se envolveu em mais uma polêmica.
A cliente Tâmara Isaac entrou em uma das filiais do Rio de Janeiro e se deparou com uma estampa com desenhos de escravas negras servindo mulheres brancas. Além disso, Tâmara – que é uma mulher negra – relatou em um post no Facebook o descaso das vendedoras com sua presença. Confira o relato:
“Hoje, fui procurar umas blusinhas bacanas para comprar e entrei na loja da Maria Filó. Entrei e ninguém me me cumprimentou ou falou qualquer coisa comigo, minutos depois, entrou uma mulher branca, prontamente recebida com um: “Boa tarde! Se precisar de algo é só falar”. Até aí, nenhuma novidade, só mais um dia normal na vida de um negro. Começo a olhar as roupas e me pergunto: Confere? É uma estampa de escravas entre palmeiras. É uma escrava com um filho nas costas servindo uma branca? Perguntei à vendedora se aquela estampa tinha alguma razão de ser ou se era só uma estampa racista mesmo. Ela, me dirigindo à palavra pela primeira vez, não soube responder. Entrei no site da marca, com a esperança de que houvesse algum sentido naquilo, mas só encontrei uma marca que não satisfeita em representar somente mulheres brancas achou que esse Toile de Jouy de escravas seria de muito bom gosto.”
O post repercutiu e a marca limitou-se a dizer que a estampa foi inspirada em uma obra de Debret. “Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender.”