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Tocofobia: entenda mais sobre o medo exagerado de engravidar

Quando exagerado, receio em virar mãe pode levar a um quadro de fobia

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1 de 1 barriga gravidez - Foto: Pexels

Muitas mulheres sonham em engravidar, gerar uma vida dentro do seu próprio corpo e dar à luz um ser que se assemelha a elas. Apesar de ser um desejo bastante esperado para milhões de pessoas, a gestação pode causar sentimentos totalmente contrários (e conflitantes) em outras. Esse medo ficou ainda mais evidente desde o último ano, quando o mundo foi assombrado pela pandemia de Covid-19.

De acordo com os resultados de uma pesquisa realizada pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, que entrevistou 2.380 mulheres em Pernambuco, 28,2% delas perderam o desejo de ficar grávidas após a chegada do novo coronavírus.

“Assim como acontecimentos mundiais, catástrofes e guerras, por exemplo, sempre impactam na natalidade, a pandemia também fez isso. Isso acontece por medo do futuro e ansiedade pela perda”, explica o médico ginecologista e presidente do Conselho de Administração do EuSaúde, Ricardo Cabral. “Todos os dados corroboram com o estudo texano. Efetivamente, há o medo da instabilidade do futuro e de trazer filhos para esse novo mundo”, acrescenta.

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Os pesquisadores defendem que é necessário investigar o que acontece com as células nervosas
Casos de pessoas que só descobrem a gestação no momento do parto têm sido cada vez mais comuns
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Medo de engravidar pode estar ligado a traumas

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Os pesquisadores defendem que é necessário investigar o que acontece com as células nervosas

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Casos de pessoas que só descobrem a gestação no momento do parto têm sido cada vez mais comuns

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A pesquisa ainda mostra que o medo de engravidar foi maior que na epidemia de zika vírus. No surto do zika, 76,1% concordaram que as mulheres deveriam ter se esforçado para evitar uma gravidez. Quando a pergunta foi referente a pandemia do novo coronavírus, esse número foi igual a 79,9%, ou seja, de todas as entrevistadas, 1.880 concordaram em evitar uma gravidez no último ano.

O receio em virar mãe pode ir além das consequências causadas pelo novo coronavírus. De acordo com a psicóloga da clínica Via Vitae Alessandra Araújo, além da realidade social deste momento, há, ainda, algumas raízes mais profundas e que, a depender do grau, revelam transtornos. “Por sermos moldadas para sermos mães, existem algumas mulheres que desenvolvem esse receio. Medo de não dar conta, de educar errado ou até de repetir o comportamento inadequado que os pais tiveram com ela. Ele pode ser tanto que, em alguns casos, essas mulheres acabam desenvolvendo uma tocofobia”, explica.

O que é a tocofobia?

Trata-se do nome dado ao medo excessivo de engravidar e do parto. “Seu surgimento pode vir dessa cobrança feita pela sociedade; de experiências intrauterinas, de quando ela ainda estava no útero da mãe; ou de experiências negativas, como um aborto ou erro médico durante uma gestação, por exemplo”, explica Alessandra.

“A diferença entre uma condição normal de uma considerada patológica é o fato daquela angústia ser completamente intolerável. A tocofobia não é uma vontade consciente de postergar a gestão, por receios e/ou dúvidas. A tocofobia é quando, em razão desses receios e dúvidas, o casal, ou a mulher, tem pânico pela possibilidade de engravidar em algum momento”, esclarece Cabral.

De acordo com a especialista, é nesse processo que pensamentos negativos sobre a gestação aparecem, como “é muito ruim, é doloroso, é muito angustiante”. E, então, a pessoa prefere anular essa vontade, em vez de encará-la.

A fobia ainda pode vir acompanhada de alguns sintomas, como taquicardia, crise de pânico, pesadelos, sudorese, choro constante, repulsa da figura do bebê ou da criança, e até um afastamento social para não ter que lidar com a situação.

“É possível superar esse medo com o auxílio da psicoterapia e acessar qual é o gatilho desse medo”, explica a psicóloga. Alessandra ainda esclarece que cada caso é um caso, e precisa ser acompanhado por um profissional. “Existem ainda alguns em que é preciso contar com o auxílio de medicação”. Com o tratamento correto, essa fobia é perfeitamente contornável.

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