Psicóloga orienta sobre como lidar com a perda de um bebê prematuro
O comediante Whindersson Nunes e a noiva, Maria Lina Deggan, anunciaram o falecimento de João Miguel. Veja como superar o luto
atualizado
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Na madrugada desta segunda-feira (31/5), o casal Whindersson Nunes e Maria Lina Deggan recebeu a triste notícia de que o primeiro filho, João Miguel, que nasceu de forma prematura, não resistiu. A criança veio ao mundo nesse sábado (29/5), com 22 semanas, e ganhou uma emocionante declaração de amor do pai nas redes sociais no dia seguinte.
“Ontem eu conheci meu filho, e a primeira vez que encostei nele foi como se encostasse em um pedaço de Deus […] Ele, como diz no interior, é minha cara, cagado e cuspido, até o pé é igual, mas ele é bem pequeninho porque veio um pouco antes do esperado. A mãe dele foi uma leoa demais, e nessa hora a natureza me mostrou um lugar em que eu nunca estive, e sem poder fazer nada, onde eu não tinha controle de nada”.
Assim como Whindersson e Maria Lina, muitas outras famílias brasileiras viveram a tristeza da perda de um filho logo após o parto ou durante a gravidez. O sentimento envolve não apenas o luto pela morte em si, mas é somado às sensações de frustração pelo que não foi vivido.
Trata-se de uma perda que deixa marcas profundas, segundo a psicóloga clínica Jéssika Neris. “Falar da morte de um filho é um tema muito delicado, porque foge do ciclo natural da vida. Quando falamos de um bebê prematuro, há muitos sentimentos envolvidos: culpa, revolta, a tristeza, o luto”, esclarece.
Como explica a especialista, a dor é tamanha porque essa vida não começa no nascimento do filho, envolve todo o planejamento que os pais fizeram, a descoberta da gravidez, a preparação para a chegada da criança, o compartilhamento dessa informação com pessoas queridas, entre outros momentos marcantes.
“Antes do bebê nascer, os pais geralmente já têm as suas expectativas. E quando isso é quebrado com uma morte precoce, a família sofre, e se não é amparada, os danos são graves”, pondera.
Rede de apoio
Uma mãe que perdeu um filho tão precocemente pode culpar-se, e questionar o que poderia ter feito de errado. Por isso, é importante contar com uma equipe multidisciplinar para esclarecer todas as possíveis dúvidas e explicar cuidadosamente o que houve, para que não existam dúvidas sobre o diagnóstico.
“Todo esse cuidado irá contribuir para atenuar o processo de recuperação, para que culpas infundadas não se instalem nessa mãe”, orienta Jéssika.
Depois que a morte do bebê de Whindersson e Maria Lina foi confirmada pela assessoria de imprensa do humorista, uma onda de solidariedade tomou conta da internet. Anônimos e famosos têm enviado mensagens de apoio ao casal.
Contar com uma rede de apoio, segundo a psicóloga, é fundamental. “Precisamos entender que mesmo que a vida de um bebê não possa ser salva, podemos salvar aquela família, cuidando dela. Transformar a dor em algo ativo é parte da superação da perda”, aconselha.
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