Posso comer peixes na gravidez? Novo estudo reacende polêmica
Pesquisa norte-americana concluiu que benefícios dessa proteína para gestantes podem se sobrepor ao risco de contaminação por mercúrio
atualizado
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O debate sobre comer peixes na gravidez ganha uma reviravolta. Um estudo da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, acaba de comprovar que os benefícios dessa proteína para gestantes se sobrepõem ao risco de contaminação por mercúrio.
Os cientistas envolvidos na pesquisa observaram 805 mães e filhos desde a gravidez até os 12 anos das crianças. Nessa faixa etária, fizeram um exame nos pequenos, que incluiu medidas da circunferência da cintura, pressão arterial, colesterol, níveis de triglicerídeos e insulina. Aqueles cujas mães comeram peixe regularmente tiveram melhores resultados.
“O peixe é uma fonte importante de nutrientes e seu consumo não deve ser evitado”, destacou Leda Chatzi, pesquisadora à frente do estudo.
Ela afirma, no entanto, que a ingestão dessa proteína deve ser moderada. “Grávidas devem comer de uma a três porções de peixe por semana, e não comer mais, devido à possível contaminação dos peixes por mercúrio e outros poluentes orgânicos persistentes”, acrescentou.
O levantamento ainda sublinha que os peixes são a principal fonte de ômega-3, importante para o desenvolvimento do feto. Alguns tipos, porém, devem ser evitados por gestantes, como espadarte, tubarão e cavala, pois podem conter níveis muito altos de mercúrio, toxina potente que pode causar danos neurológicos permanentes no bebê.
Em seguida, os pesquisadores planejam analisar os efeitos do consumo de diferentes tipos de peixes, com nutrientes e níveis de mercúrio distintos. O objetivo, desta vez, será acompanhar crianças até os 15 anos de idade.