“Palavras que nunca te disse”: brasilienses gravam vídeos às mães isoladas
Por conta da pandemia, a data tão celebrada entre mães e filhos será atípica. Moradores de Brasília declaram admiração e amor por elas
atualizado
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Em 2020, o Dia das Mães, muito esperado nas famílias brasileiras, quebrará a tradição de todos os anos. Na atual situação, as saudações e a troca de afeto à figura materna se darão pelo meio virtual.
A convite do Metrópoles, quatro moradores da capital contam o motivo que levaram a não celebrar o momento com suas mães. A pandemia em decorrência do novo coronavírus é uma ligação em comum com os entrevistados, no entanto, as causas são as mais diversas, e vão da vida separa por quilômetros de distância, uma viagem interrompida ou, até mesmo, mulheres que estão no grupo de risco.
Em todos, porém, há um sentimento em comum: o de que o confinamento social acentuou o significado de suas mães e a importância dessa figura na sua formação como indivíduos.
Com palavras embargadas de saudade, esses filhos lamentam não poder abraçá-las na data. Eles torcem para o tempo passar ligeiro e, finalmente, correrem para os braços da homenageada do dia.
Tão perto, tão longe
Separadas por apenas um andar, a comunicóloga Andressa Conde, 32 anos, sempre passou o segundo domingo de maio com sua mãe, Ivone Rodrigues, 65 anos.
O contato físico entre as duas foi cessado pelas restrições de distanciamento imposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dona Ivone está incluída no grupo de risco da doença e não vê a filha há mais de um mês.
“A minha mãe tem arritmia cardíaca, hipertireoidismo e problema de pressão. A única forma de comunicação é o meio virtual. Nós até que nos encontramos, mas apenas de longe”, declara.
Fuso horário
Natural de Cuiabá, o ator Antônio Chaves, 32 anos, se mudou para Brasília há 10 anos. Desde então, a relação com sua mãe, Lieda Rezende, foi ressignificada.
Antes, ambos se organizavam entre passagens e aeroportos para se encontrar em datas comemorativas. Com a suspensão de viagens, o tradicional costume vai ter que ser adiado.
“Nossa ligação é de amizade e cumplicidade. Sinto falta dela todos os dias, queria que a frequência com a qual nos vimos fosse bem maior”, lamenta.
Primeira vez
Visita aos restaurantes preferidos e muito carinho. Assim a publicitária Taunna Oliveira, 32 anos, costumava comemorar essa época do ano com a mãe, Odete Machado. Hoje, os barulhos de talheres e aquele sorriso ao encontrar sua maior inspiração será a distância.
Por ser idosa, sua mãe faz parte do grupo de risco da Covid-19. Como forma de proteção e carinho, Taunna segue em isolamento com a companheira, Bruna Martins.
Imprevisto no tempo
As irmãs de Natal Ana Luíza Azevedo, 24 anos, e Angela Carolina, 29 anos, não poderão preparar o tradicional café da manhã ou entregar um presente ao vivo para a mãe, Leni Azevedo.
Uma viagem a São Luís, Maranhão, que era para durar apenas alguns dias, as separou por tempo indefinido. Com o a restrição de voos, Leni e sua filha mais nova tiveram que permanecer na cidade.
Afeto materno
Antes da quarentena, os entrevistados mostram como aproveitavam o tempo com a mãe.