Entenda como o pós-parto de Virgínia Fonseca impacta outras mulheres
Influencer mostrou corpo real, com estrias, logo após dar à luz. Tendência pode ajudar quem defende o movimento Body Positivity
atualizado
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A preocupação com estar em forma na gravidez e logo após ter o bebê pode transformar um dos momentos mais sublimes da vida em uma fase de extrema preocupação. Inclusive o puerpério, momento em que as mulheres enfrentam grandes mudanças físicas e psíquicas.
Na intenção de quebrar esse tabu, influenciadoras do Brasil e do mundo têm mostrado corpos reais pós-parto nas redes. Sem filtros, a digital influencer Virgínia Fonseca – que deu à luz Maria Alice, sua filha com o cantor Zé Felipe -, expôs as marcas da gravidez em um vídeo postado em seu canal no YouTube.
Veja:
“Isso de estria começou a me deixar um pouco mal porque eu nunca tive estria. Celulite eu sempre tive e tinha muitas, mas estria eu pensei que não ia ter”, desabafou a influenciadora. “Mas ‘tá’ tudo bem, não vamos ficar bitoladas e nem tristes com isso”, prosseguiu.
A cantora americana Katy Perry também exibiu o corpo cinco dias após ter dado à luz sua primeira filha, Daisy Dove Bloom, com o ator Orlando Bloom. Em seu Instagram, a famosa posou de calcinha e sutiã cirúrgicos e brincou com seu estilo: “Maternidade real”, escreveu a cantora. Ela ainda brincou e creditou o estado do seu cabelo e maquiagem ao “cansaço”.
Para a psicóloga clínica Karlla Lima, as grandes mudanças causadas pela gravidez podem dificultar o momento pós-parto. “O estado de autoestima que a mulher se encontra durante a gestação tem influência em como será essa fase. Afinal de contas, após o nascimento do bebê, tais mudanças continuam e a mulher pode ter dificuldades em se enxergar naquele novo corpo, que foi o habitat de seu filho durante 9 meses e que, naturalmente, sofrerá mudanças físicas”, explica.
Por isso, é fundamental que figuras públicas, como Virgínia e Kate, mostrem a realidade feminina, para além de cliques superproduzidos no Instagram. Propositalmente ou não, elas deram força à um movimento que está em crescimento pelo mundo. Trata-se do “Take Back Post Partum”. Fazendo referência à famosa tag TBT, o perfil criado no Instagram exalta mulheres em situações comuns da maternidade. Com mais de 147 mil seguidores, a página publica fotos das silhuetas e marcas que a gestação proporciona.
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“Como isso é considerado feio? Isso é a maternidade. Minha história, marcada, literalmente, por todo o meu abdômen. Isso é o que dois bebês saudáveis e dois abortos espontâneos, em 11 anos, parecem para mim. Cada marca representa a força que meu corpo usou para criar vida. Cada estria que encontrei no meu corpo foi para cada respiração, cada piscar, cada bocejo, cada sorriso”, escreveu uma das mães em um post na página.
“Sabe-se que a perfeição é um mito, mas a busca impossível por ela traz prejuízos para a saúde mental e física da mulher”, explica Karlla. A especialista mantém um perfil no Instagram para motivar mulheres a se aceitarem e a praticarem a autoestima.
“Em tempos de redes sociais, filtros, harmonização facial, bodyshaming e banalização das cirurgias plásticas, é inegável o prejuízo que estes têm trazido para saúde mental das pessoas, em geral”, acrescenta.
Body Positivity
O movimento criado há mais de 20 anos ganhou mais força nos últimos meses, sobretudo depois que as discussões sobre padrões de beleza cada vez mais inalcançáveis inundaram a web. O termo em inglês se refere à positividade com o próprio corpo. Ele não diz respeito somente à gravidez, mas a aceitar seu corpo e sua forma, independentemente de como eles sejam.
Ainda é importante ressaltar que Body Positivity não tenta quebrar tabus apenas sobre estrias ou medidas fora do padrão imposto pela sociedade. Mas, também, do nariz que não é fino e pontudo, da pessoa que se acha “magra demais”, das pintas e manchas que podem aparecer em seu corpo… “É sobre aceitar a si mesmo e ser positivo quanto a isso, ao invés de procurar motivos para fazer cirurgias e consertar imperfeições, esse movimento positivista quer mostrar que não existem imperfeições, mas pessoas singulares”, explica a psicóloga.
“Ele representa a promoção da autoestima, amor próprio e autoaceitação. O formato do corpo de alguém não deve ser motivo de vergonha ou exclusão”, acrescenta Karlla.