Em dobro! Brasiliense dá à luz dois pares de gêmeos em menos de 1 ano
O Metrópoles conversou com a psicóloga Daniela Nogueira, que revelou os desafios de ser mãe de cinco filhas, incluindo dois pares de gêmeos
atualizado
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A notícia de uma gravidez representa não só uma grande alegria, mas também gera muitas dúvidas na futura mãe. Imagine, então, passar por uma, ou melhor, duas gestações gemelares? Foi o que aconteceu com a brasiliense Daniela Nogueira, que deu à luz dois pares de gêmeos em menos de 1 ano.
Em suas redes sociais, a psicóloga de 37 anos compartilha um pouco do dia a dia da maternidade gemelar consecutiva. De acordo com estatísticas médicas, a condição é bem rara, atingindo cerca de 1,5 a 3% das grávidas. A probabilidade, no entanto, aumenta em mulheres com mais de 35 anos. Foi o caso de Daniela.
“Quem já teve uma gestação gemelar tem uma maior tendência de conseguir uma outra por apresentar mais chances de liberar mais de um óvulo por ciclo. É mais comum ainda gerar gêmeos após os 35 anos, quando o corpo passa por mudanças hormonais”, explica a ginecologista do Hospital Anchieta, Renata Gobato.
A história fica ainda mais fascinante devido ao fato de todas as crianças serem do sexo feminino e nascerem no mês de janeiro. Ana Tereza e Helena são as mais velhas, com 1 ano e 3 meses. Elas são gêmeas idênticas, assim como Julia e Antonela, de apenas 3 meses. Há também a filha Manuela, de 8 anos.
Para celebrar o Dia das Mães, comemorado neste domingo (14/5), o Metrópoles conversou com a ceilandense Daniela Nogueira, que revelou os desafios de ser mãe de cinco filhas, incluindo dois pares de gêmeos gerados no intervalo de 1 ano.
A primeira gravidez
Embora a maternidade não tenha sido uma experiência nova, Daniela nunca imaginou ser mãe de gêmeas. A brasiliense, inclusive, teve uma crise de riso durante a ecografia ao descobrir que viria a primeira dupla de meninas.
“Eu já esperava engravidar, era um desejo que eu já tinha. Porém, como estava demorando muito, eu pensei: ‘Acho que não vem mais não’. No caso, aconteceu exatamente o contrário, já que nasceram duas e depois vieram mais outras duas”, conta a psicóloga.
Possíveis complicações
A gestação de Ana Tereza e Helena foi diamniótica-monocariônica, ou seja, elas dividiram a mesma placenta. Por isso, uma das principais preocupações da família era um feto receber mais nutriente que o outro, deixando sequelas neurológicas nos bebês.
“Minha mãe já passou por uma gravidez gemelar e um dos meus irmãos foi acometido pela Síndrome da Transfusão Feto-Fetal (STFF) aos 8 meses de gestação. Fiquei muito aflita com a possibilidade disso acontecer. No final das contas, foi bem tranquila a chegada das duas meninas”, diz.
A chance de uma gravidez gemelar ser diamniótica-monocariônica é de cerca de 1 em cada 300 casos, o que corresponde a 0,3% de todas as gestações. Independente dos riscos, Ana Tereza e Helena nasceram saudáveis e sem complicações, em janeiro de 2022.
O susto da segunda gravidez
Em agosto do mesmo ano, Daniela foi surpreendida com a notícia de uma nova gravidez e, mais uma vez, de gêmeas. A psicóloga se lembra nitidamente de quando soube da novidade.
“Em vez de crise de riso, eu tive ‘tremedeira nas pernas’. As outras meninas ainda estavam muito pequenas.”
Diferente da anterior, a segunda gestação gemelar foi um susto. O fato da proximidade e da gemelaridade, em tão pouco tempo, deixou a brasiliense um pouco receosa. Julia e Antonela tiveram algumas complicações, a exemplo do diagnóstico de malformação.
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“Eu tive um sangramento muito forte com 20 semanas de gestação e fiquei com medo de perdê-las. Em novembro, descobri que elas poderiam nascer com malformação, o que não foi constatado na hora do nascimento. No geral, essa terceira gravidez foi fora da curva”, explica, ao Metrópoles.
Apesar do susto, Julia e Antonela nasceram com 31 semanas, de parto cesáreo, assim como as irmãs. As gêmeas ficaram cerca de 1 mês em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), até que foram liberadas, em fevereiro, para ir à casa.
“Nem sempre é fácil cuidar de cinco crianças”
No início, Daniela e o marido Marcos demoraram para se adaptar à nova rotina, principalmente após o nascimento da primeira dupla de gêmeos. Apesar da vida da família ter virado de ponta cabeça, a brasiliense tenta manter alguns hábitos diariamente.
“A minha rotina é bem puxada, mas eu tento me organizar antes das meninas levantarem, que é por volta das 6h ou 6h30. Todos os dias eu gosto de acordar uns 10 minutos antes delas para planejar o dia. Se eu ficar de pijama a manhã inteira, o ‘negócio’ não flui”, relata.
Com a ajuda de Marcos, Daniela elaborou um cronograma para conseguir cuidar das filhas. Pela manhã, a psicóloga prepara a mamadeira das filhas mais velhas, enquanto o marido troca a roupinha das menores. Eles costumam revezar as atividades diárias para facilitar o processo.
Além dos banhos e da alimentação das gêmeas, o casal cuida dos afazeres da filha mais velha. Embora Manuela consiga lidar muito bem com a rotina, sempre tem uma coisa ou outra para fazer. “Eu confesso que os horários mais difíceis da rotina são pela manhã e na hora de dormir”, revela Daniela.
Mulher, mãe e… Psicóloga
Além de cuidar do dia a dia das crianças, Daniela também trabalha como psicóloga no período da manhã. A pós-graduanda em saúde mental realiza atendimentos on-line e presencial direcionados a adolescentes, adultos e casais.
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“Como a rotina é bem estabelecida, acaba que tudo se encaixa. Temos a sorte que o Marcos trabalha somente no período da tarde, então, eu consigo trabalhar ou fazer minhas coisas pela manhã, enquanto ele olha as meninas”, diz a brasiliense.
Apesar da correria em casa, Daniela garante estar muito feliz com a sua “grande família”.
“A maternidade tem seus desafios, mas eu sempre busco ter a saúde mental em dia e estar em paz diante da situação. Eu acredito que Deus me escolheu para isso e, no fim das contas, é muito gratificante”, conclui.