Cuidado! Fofocas ditas pelos pais são absorvidas pelos filhos
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos concluiu que as opiniões das crianças são moldadas a partir do que o adulto diz
atualizado
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Preste muita atenção a tudo que diz quando está perto do seu filho. De acordo com um estudo realizado pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, o que os adultos falam (ou fofocam) tem forte impacto na formação infantil.
O estudo avaliou 150 crianças, com idades entre 4 e 9 anos. Os cientistas envolvidos no projeto criaram um grupo fictício batizado de Gearoos, e dividiram os pequenos em três turmas.
Uma delas não recebeu informações sobre os integrantes do grupo, a segunda ouviu a conversa de um adulto ao telefone depreciando eles e a última escutou os comentários ruins proferidos pessoalmente. Em seguida, as crianças foram questionadas se gostariam ou não de ser amigas dos Gearoons.
O resultado mostrou que 67% dos pequenos do primeiro grupo disseram que sim, gostariam de fazer amizade. Dos que ouviram ao telefonema, 39% toparam criar laços. Daqueles que receberam a mensagem negativa pessoalmente, apenas 21% cogitaram uma aproximação.
“Entender como as fofocas moldam as opiniões das crianças mostra aos pais a importância de inspirar respeito em cada frase”, diz o professor de psicologia à frente da pesquisa, Jonathan Lane.
Consultada pelo Metrópoles, a psicóloga perinatal Bianca Amorim, criadora do projeto Renascendo após a maternidade, afirmou que, de fato, as crianças absorvem muito do que os adultos dizem, principalmente a partir dos 4 anos. Porém, a profissional alerta que, mais importante do que se policiar ao falar perto dos pequenos, é reavaliar os próprios princípios.
“É mais interessantes os pais refletirem sobre as palavras depreciativas e negativas que dizem para, assim, cessarem esses pensamentos limitantes, do que ficarem se podando ao lado dos filhos. Isso, além de ajudar na criação dos pequenos, é uma maneira de evolução pessoal”, opina.
“Também é válido salientar que as crianças absorvem opiniões ditas por qualquer pessoa ao redor, ou seja, ajudá-las a criar senso crítico mostra-se mais eficaz do que tentar blindá-las de todos os comentários ruins. Afinal, é impossível protegê-las de tudo que escutam por aí”, finaliza.