Lucia Bartholomei, da Repetto, fala sobre o luxo da marca francesa
Suas badaladas sapatilhas podem ser adquiridas em Brasília até o fim do mês em uma ação pop up com a marca brasiliense Luisa Farani
atualizado
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A partir de 252 cores de couro de cordeiro, apaixonadas por sapatos e pelo universo do balé podem escolher a “sapatilha dos sonhos”, sob o selo da maison francesa Repetto. Eternizado por Brigitte Bardot, que caiu de amores pelo modelo Cendrillon, durante as gravações do filme “E Deus Criou a Mulher”. O calçado pode ser adquirido em Brasília até o fim do mês, numa ação em parceria com a boutique Luisa Farani, no Iguatemi.
Criada há 70 anos, a marca foi idealizada por Madame Rose Repetto, mãe do primeiro bailarino da Ópera de Paris, Roland Petit. Sem encontrar no mercado modelos macios e confortáveis, a mãe de Roland decidiu fazer as próprias sapatilhas para o filho dançarino.
Dez anos depois, a etiqueta viu seu nome ganhar o mundo além da dança, quando o modelo Cendrillon foi alçado ao status de ícone de desejo nos pés da linda Bardot. O repertório de produtos e linhas cresceu, e a família Repetto viu a marca se transformar em um símbolo de estilo francês e objeto de luxo.
Com exclusividade ao Metrópoles, Lucia Bartholomei, ex-Jimmy Choo e atual porta-voz da Repetto no país, contou detalhes sobre a primeira experiência da etiqueta francesa em Brasília. Confira:
Como está sendo feito esse approach da marca com o mercado de Brasília?
“Conhecemos a estilista Luisa Farani, que é brasiliense, e tem uma marca com conceito que conversa com o universo Repetto. A roupa da Luisa é chique, contemporânea, feminina e veste bem uma mulher mais low profile, que valoriza produtos de boa qualidade. É exatamente o mesmo perfil da cliente Repetto.
Até o fim do mês, os brasilienses poderão conferir a exposição que celebra os 60 anos da sapatilha Cendrillon, que ficou exposta anteriormente no Museu das Belas Artes de São Paulo. Entre os modelos customizados por designers brasileiros, sapatos assinados por nomes como Patrícia Vieira, Lenny Niemeyer, Isolda, a bailarina Ana Botafogo e, agora, Luisa Farani.
Essa sapatilha, a Cendrillon, é o maior clássico da marca. Foi Brigitte Bardot, que era bailarina clássica, quem fez o pedido por um modelo de sapato tão confortável quanto a sapatilha meia-ponta (que não possui a ponteira de gesso) para usar durante as gravações do filme “E Deus Criou a Mulher”, de Roger Vadim. O resultado foi a Cendrillon vermelha de verniz, feita com a técnica “cousu-retourné”, que ‘BB’ adorou e circulou com ela por cidades como Búzios, St Tropez e Paris.”
A Repetto está no Brasil há 5 anos. Há um projeto de expansão da marca para o país?
“Estamos em expansão e planejamos abrir novos pontos no país. Brasília é uma praça a ser considerada. Atualmente, nossa flagship está localizada em São Paulo, no shopping Cidade Jardim. Ainda temos operações no shopping Morumbi e no Village Mall, no Rio de Janeiro.”
Como a Repetto tem lidado com a crise financeira no Brasil?
“Nós antecipamos a crise. Há quase três anos igualamos nossos preços aos valores praticados na França e conseguimos, em alguns modelos, vender até mais barato que a matriz francesa. A média de uma sapatilha Repetto vendida na França é 195 euros, enquanto no Brasil é possível comprar o mesmo par por R$ 590, com a possibilidade de parcelar o valor em até 6x. Outros países como Estados Unidos, Japão e Inglaterra trabalham com uma média de preço de 25% a 40% maior que os nossos”.
A personalização é algo importante para a Repetto. Como a marca se diferencia no mercado de luxo?
“Hoje, já é possível customizar os modelos Repetto e escolher desde o couro, se é envernizado ou não; adicionar pequenos charms e personalizar com iniciais ou o próprio nome escrito na palmilha.
As sapatilhas são feitas artesanalmente na cidade de Saint-Médard-d’Excideuil e produzidas pelos melhores ex-alunos formados na escola das artes e ofícios mantida pela Repetto. No espaço, criado em janeiro de 2012 e localizado na região de Dordogne, é possível visitar o acervo e ver de pertinho os tutus assinados, os moldes dos pés dos grandes bailarinos, além de peças icônicas. Vale contar que a Cendrillon é feita em 15 etapas, incluindo a construção da sola, a costura da haste e o retorno.”
O balé vive um momento de resgate?
“Acho que sim. Parte desse movimento tem muito a ver com a Betina Dantas, idealizadora da metodologia Ballet Fitness, que inclusive é nossa embaixadora oficial no Brasil. Hoje temos clientes de 15 a 80 anos que simplesmente são apaixonadas por balé e moda.”