Harry recorre a terapia incomum para lidar com a ansiedade. Entenda
O príncipe compartilhou que investe na terapia EMDR para superar o sentimento de aflição que sempre sente ao voar para o Reino Unido
atualizado
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O príncipe Harry convidou o mundo para uma de suas sessões de terapia privadas e reforçou a importância de procurar ajuda psicológica. No quarto episódio de The Me You Can’t See, série sobre saúde mental que ele coproduziu com Oprah Winfrey, o duque de Sussex dividiu sua experiência com uma técnica que tem o ajudado a lidar com traumas e com a ansiedade.
O neto da rainha Elizabeth II pratica uma alternativa conhecida como dessensibilização e reprocessamento do movimento dos olhos, ou terapia EMDR. A técnica foi projetada para ajudar pacientes a lidarem com memórias traumáticas, mas também tem efeitos positivos para tratar transtornos como o de ansiedade, segundo explicou a terapeuta Nidhi Tewari ao Oprah Daily.
Durante o programa, Harry detalhou os impactos positivos da terapia, e convidou os espectadores a conhecerem a fundo a técnica, filmando uma sessão guiada. O caçula de Diana abriu o coração mais uma vez, e contou que usa o tratamento para lidar com a sensação de “aflição e preocupação” que sempre experimenta ao voar para o Reino Unido.
“Para mim, Londres é um gatilho, infelizmente, por causa do que aconteceu com minha mãe e por causa do que experimentei, e do que vi”, disse Harry no programa.
A alternativa que o duque de Sussex encontrou por muitos anos foi nunca falar sobre a morte precoce da mãe. Ele também contou que tentou “mascarar” suas emoções com álcool e drogas após a perda.
“Eu não queria pensar nela”, Harry comentou sobre a princesa Diana em outro clipe. “Porque se eu pensar nela, isso vai trazer à tona o fato de que eu não posso trazê-la de volta e isso só vai me deixar triste e eu simplesmente decidi não falar sobre isso.”
Como funciona a terapia?
Durante a sessão, o terapeuta orienta que Harry cruze os braços e bata nos próprios ombros enquanto relembra memórias e conta quais sensações elas causaram nele, em um procedimento chamado simulação bilateral. O tapinha nos ombros tem como objetivo ajudar o cérebro a processar novamente aquelas memórias difíceis enquanto se concentra em uma sensação externa.
“É como se todas as vezes que algo incômodo aparecesse, uau, acabamos com o estresse”, completa o príncipe.
Normalmente, o paciente é convidado a voltar ao passado e ver como ele pode estar afetando o que está acontecendo atualmente, como explica Wendy Byrd, praticante de EMDR e presidente da Associação Internacional de EMDR, ao Good Morning America.
“O processo terapêutico está mudando a maneira como a experiência é armazenada e, quando o cérebro muda esse formato, você se sente diferente”, completou.
Todo o processo é geralmente distribuído em seis a oito sessões. Durante o episódio, o movimento dos olhos de Harry se movendo sobre as pálpebras fechadas enquanto ele bate nos ombros fica visível aos espectadores. Esse é o componente de “movimento dos olhos” do EMDR. Acredita-se que ele seja semelhante ao estágio de movimento rápido dos olhos do sono, quando o cérebro processa as informações do dia.