Gordura no músculo: saiba a gravidade do quadro que pode levar à morte
Um estudo recente trouxe revelações surpreendentes sobre um quadro batizado de mioesteatose, ou seja, gordura infiltrada nos músculos
atualizado
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A gordura, quando em excesso, não interfere apenas na estética. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a obesidade como uma doença. Dessa forma, já é de se imaginar que o acúmulo de gordura nas estruturas corporais não é nada interessante para quem quer ter uma vida longa e com qualidade.
Sabendo disso, um estudo recente trouxe revelações surpreendentes sobre um quadro batizado de mioesteatose, ou seja, gordura infiltrada nos músculos, essa condição pode aumentar o risco de morte, sendo similar, até mesmo, ao risco gerado por tabagismo ou diabetes.
Publicado na revista Radiology, o estudo mobilizou os especialistas a adotarem uma nova abordagem no que diz respeito à adiposidade nos músculos, de forma semelhante como já ocorre no caso de excesso de gordura no fígado.
E não à toa. A mioesteatose é uma infiltração de gordura que adoece a musculatura, potencializando quadros inflamatórios e que resultam na perda de qualidade, força e mobilidade.
Já não é novidade no campo da ciência a importância de uma boa composição muscular para a qualidade de vida e bem-estar e, por isso, essas descobertas instigam a terapêutica das doenças metabólicas, que podem comprometer, também, o tecido muscular.
Algumas condições, como diabetes, sedentarismo, envelhecimento e síndrome metabólica, podem culminar não apenas no fígado gorduroso, como também no “músculo gorduroso”.
Inicialmente, não são esperados sintomas. Ao longo do tempo, porém, é possível que o desempenho muscular caia, já que ele começa a ser substituído pela gordura. Para indivíduos que já apresentam as doenças associadas, exames como tomografia e ressonâncias magnéticas já são efetivos para um diagnóstico.
Estudos revelaram que a associação entre mioesteatose e morte aconteceu independentemente do índice de massa corpórea ou obesidade dos participantes da pesquisa. Logo, essa condição é um preditor chave ao aumento da mortalidade, mesmo sem obesidade.
Por fim, fica o convite à qualidade de vida, a cada dia. A ciência demonstra, mais uma vez, como a prática regular de atividade física com uma alimentação de qualidade é fundamental não apenas para a imagem corporal, mas para a longevidade.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica