Food styling: truques para arrasar na foto de comida com o celular
Fotógrafo de gostosuras Guilherme Teixeira dá dicas infalíveis de como elevar o nível dos cliques #FoodPorn
atualizado
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Bowl de pitaya com mirtilos, filé de lagosta dourado na manteiga, bolo red velvet de três andares… Certos pratos exigem uma boa foto. Quem concorda com essa premissa em gênero, número e grau é Guilherme Teixeira, que se autointitula “fotógrafo de coisas gostosas”.
Há oito anos clicando tudo de comestível que vê pela frente, o especialista coleciona boas dicas para captar a iguaria perfeita sem precisar apelar para o uso de uma câmera profissional. “Dá para arrasar com o celular. Basta saber usá-lo”, afirma Guilherme, ressaltando que o boom desse estilo de fotografia aconteceu graças ao Instagram, rede social criada em 2010. “Alguns alimentos são instagramáveis demais para ficarem imunes a um bom clique”, justifica.
Com trabalhos para restaurantes como Gero, La Tambouille e Bloco C, o brasiliense compartilha truques com os leitores do Metrópoles. Ele inicia a bateria de dicas com um conselho básico: “Limpe a lente do celular. A sujeira pode dar a impressão de que o imagem está desfocada”. Para quem é fã de #FoodPorn, ele diz que até a escolha da mesa no bistrô é importante. “Se for de dia, opte por um lugar próximo a uma janela ou varanda. Assim, você consegue captar a luz natural, que é a melhor de todas”, opina.
Caso a experiência gastronômica seja à noite, a orientação é abolir o flash. “Ele dá um efeito muito artificial à comida. A solução é pedir para quem estiver jantando com você (amigo, namorado, etc) ascender a lanterna do celular”, sugere. A direção da luz é importante. “Nunca posicione o feixe de frente para o prato. A luminosidade deve vir de trás e/ou dos lados da louça, criando um jogo de luz e sombra”, salienta.
Valorizar os elementos bonitos da receita e disfarçar aqueles não tão fotogênicos é fundamental. “A dica é centralizar o que é belo e desfocar (ou cortar) o restante”, revela.
Os filtros, queridinhos dos autorretratos, não são tão bem-vindos quando assunto é foto de comida. “Eles deixam os alimentos com aspecto fake, o que não é bacana. Caso queira elevar o padrão da imagem, faça uma pós-produção alterando apenas o nível de sombra e aumentando a nitidez, recursos disponíveis na configuração da maioria das câmeras de smartphones”, propõe.
Para manter o frescor dos ingredientes, ele alerta que é preciso ser ágil. “Antes do prato chegar, vá treinando a luz e o melhor ângulo. Dessa maneira, você garante uma bela foto sem que o prato esfrie e a comida perca a vitalidade”, sustenta.
Aos que levam o hobby a sério, vale até pedir para o chef caprichar na apresentação. “Peça para o maître explicar que você quer tirar uma boa foto do prato para postar em seu perfil. A maioria dos chefs curte esse tipo de interação. Afinal, é uma valorização e divulgação do trabalho deles”, analisa.
Food styling X Prop styling
Elaborar o ambiente ideal para fotografar alimentos exige feeling e conhecimentos básicos de dois conceitos: food e prop styling. O primeiro é baseado em macetes para tornar os alimentos mais atraentes. “Para deixar a carne com aspecto mais apetitoso, por exemplo, basta passar um pouco de azeite. Assim, ela ganha brilho instantaneamente”, sinaliza o profissional.
O segundo termo se refere aos elementos que compõem a mesa. “Pensar em todos os detalhes é o que garante uma foto surpreendente. Por isso, é preciso criar um cenário harmônico. Esconda latinhas e garrafas feias, e dê destaque a copos e arranjos florais suntuosos”, recomenda.
Viralizou
Na era digital, mandar bem nas redes sociais é fundamental para qualquer empreendedor. Donos de restaurantes não fogem à regra. O proprietário do estúdio de fotografia brasiliense Vinte e Um, especializado em comida, diz que os empresários do ramo gastronômico nunca estiveram tão atentos ao nível de beleza dos pratos, quesito primordial para o estabelecimento se destacar on-line.
“Trabalho no ramo há 10 anos e nunca vi os empreendedores se preocuparem tanto com a estética das receitas. Isso porque, quando um prato viraliza nas redes, ele traz muito retorno ao restaurante”, declara Patrício Carvalho. “Alguns até pensam na iluminação do espaço e oferecem luzes de LED para os clientes capricharem nas imagens”, detalha.
Os números comprovam a popularidade desse tipo de fotografia nas plataformas digitais. A hashtag #FoodStyling, por exemplo, acumula sete milhões e meio de interações. Já a simples #Food conta com 352 milhões de imagens atreladas. Os dados são do Instagram.
Cursos
Para quem curte a área e quer aprofundar os conhecimentos, há cursos disponíveis na capital federal. Os workshops acontecem em apenas algumas horas e ensinam conselhos fundamentais para amadores ou profissionais de fotografia.
As aulas comandadas por Guilherme Teixeira custam R$ 399. As turmas comportam no máximo 10 alunos e acontecem cerca de quatro vezes ao ano, sempre em algum restaurante badalado da cidade. A próxima classe está marcada para setembro (em data a definir conforme demanda). Interessados podem entrar em contato pelo telefone (61) 98652-5258.
O da foodstylist Thamires Santiago, à frente do site de gastronômia Sunday Slices, também acontece esporadicamente e custa R$ 400. A previsão é de que a próxima turma ocorra em outubro (dia a definir conforme demanda). Para garantir a sua vaga, ligue (61) 99147-1268.