Fome na dieta? Ciência revela lado “obscuro” do jejum intermitente
Cientistas da Universidade de Groningen constaram que o jejum impacta a saúde emocional; entenda
atualizado
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As dietas são consideradas o caminho mais nobre na busca por uma melhora na saúde e no bem-estar. Entretanto, as intervenções alimentares, quando mal elaboradas, refletem em estresse em quem adere ao protocolo alimentar.
Não é de se impressionar — ao menos do ponto de vista científico. Pesquisas já apontaram
que a cada 100% indivíduos que fazem dieta, apenas 5% a 10% têm sucesso e consegue, de fato, manter os novos hábitos.
Recentemente, cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, realizaram um estudo com 129 mulheres. Cerca de metade fizeram jejum intermitente por 14 anos. Após jejuarem, elas responderam a um questionário.
O estudo concluiu que as mulheres famintas relataram emoções negativas, além de fadiga, confusão mental e raiva. A raiva, inclusive, pôde ser percebida em até duas vezes a mais em relação às mulheres que não estavam com fome. Leia a análise completa neste link.
Dessa forma, antes de adotar modelos alimentares restritivos, tenha em mente que esse tipo de estratégia pode atuar em detrimento da mente, além de não serem viáveis de manter, gerando reganho de peso.
O jejum, quando mal indicado, compromete a saúde emocional do indivíduo, aumentando o estresse.
Porém, não se trata de uma regra geral. Os dados mostram que não podemos generalizar estratégias, já que cada pessoa tem suas características individuais. Enquanto uns se adaptam sem grandes sofrimentos, outros podem vivenciar momentos extremamente desgastantes.
Ao optar por estratégias alimentares restritivas e que gerem fome, o caminho para o estresse é certo. O jejum, em alguns indivíduos, pode afetar a saúde psíquica de forma negativa, impactando as emoções, a cognição e a capacidade de julgamento a curto prazo.
Já outro estudo associou que o fornecimento de lanches escolares em escolas indianas melhorou o desempenho cognitivo dos alunos em 13% a 16%, constatando que a fome, intencional ou não, reflete negativamente no aprendizado.
Para que o nosso cérebro tenha uma boa performance, um bom aporte de calorias e nutrientes se faz necessário — caso contrário, você terá o seu desempenho afetado.
Privação alimentar impacta as emoções
A partir disso, pode-se levantar mais um ponto preocupante das dietas restritivas. Privação alimentar extrema impacta nossas emoções, que também irá refletir diretamente em nossos pensamentos.
Com essa série de mecanismos afetados, é esperado que a tomada de decisão também fique abalada.
Para que você tenha sucesso na sua rotina alimentar é preciso, antes de tudo, que o planejamento seja baseado em matérias-primas que forneçam saciedade, além de estarem de acordo com o gosto pessoal do indivíduo.
Quando o planejamento alimentar considera esses fatores, a chance de sucesso a longo prazo tende a ser maior.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica