Dia delas: relembre oito momentos feministas marcantes do último ano
Apesar das adversidades, mulheres incríveis e inspiradoras deram passos importantes para acabar com a desigualdade de gênero
atualizado
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O Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira (8/3), é uma data histórica. Lembrado por lutas e reivindicações ao redor do mundo, o momento foi escolhido para homenagear as ativistas que batalharam pelos direitos femininos, como voto e amparo contra a violência de gênero, e lembrar as desigualdades que ainda atingem as mulheres na atualidade.
O último ano trouxe adversidades para o movimento feminino, e as discriminações continuam presentes no dia a dia. A violência contra a mulher – o Distrito Federal registrou mais de 2 mil casos desde o início de 2019 – e os salários desiguais seguem fazendo parte da rotina delas. Além disso, as intersecções de raça e sexualidade, por exemplo, deixam as mulheres mais vulneráveis.
Apesar disso, o último ano também foi repleto de mulheres incríveis e inspiradoras mudando o mundo. Elas questionaram padrões de gênero, bateram de frente com questões raciais e desafiaram o que, para algumas pessoas, ainda é tido como normal.
Para homenagear o Dia das Mulheres, o Metrópoles selecionou oito momentos feministas recentes. Confira:
A militância indígena de Sônia Guajajara
Independente de partidos e alinhamentos políticos, é inegável que Sônia Guajajara se destaca por sua militância indígena. Em 2018, em uma chapa com Guilherme Boulos (Psol), ela se tornou a primeira mulher indígena a concorrer ao posto de vice-presidente do país e há 5 anos comanda a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Nascida no Maranhão, Sônia é filha de lavradores e, com 15 anos, foi para Belo Horizonte (MG) para estudar. Ela é formada em letras, enfermagem e possui pós-graduação em educação especial. Sua principal pauta é a demarcação das terras indígenas.
O projeto body positive de Jameela Jamil
Conhecida por sua atuação na série The Good Place, Jameela Jamil também é ativista body positive. A britânica tem um histórico de distúrbios alimentares e, nos últimos anos, decidiu usar sua plataforma para gerar consciência ao redor do tema.
Em fevereiro de 2018, a atriz fundou o perfil do Instagram I Weigh (algo como “eu peso”, em tradução livre), no qual ela encoraja os seguidores a medirem o seu valor pelas coisas boas que possuem na vida. Em vez de um número na balança, o tamanho de uma calça ou o percentual de gordura no corpo, Jameela destaca os amigos maravilhosos, sua militância e amor próprio.
Os protestos de Bruna Linzmeyer
Além de atuar, Bruna Linzmeyer ficou conhecida por desafiar padrões de feminilidade. A artista frequentemente aparece em público e em fotos com pelos à mostra e realmente não se importa com os comentários negativos. No Carnaval, Bruna posou segurando um cartaz escrito “Nosso corpo é liberdade”.
A atriz também vem inspirando outras mulheres LGBTs a se sentirem confortáveis com suas sexualidades. Bruna protagoniza cliques fofos com a namorada, Priscila Visman, sem o menor tabu.
Cinema com representatividade
Em 2018, as mulheres tiveram mais abertura para brilhar na indústria do cinema. Filmes como Podres de Ricos e Roma trouxeram atrizes com etnias diversas para as telonas. As premiações começaram a dar mais crédito ao trabalho feminino no meio.
Ruth E. Carter foi a primeira pessoa negra a ganhar o Oscar de melhor figurino por sua contribuição em Pantera Negra, outro filme importante no quesito diversidade racial e representatividade feminina. Um dia antes do Dia das Mulheres, mais um filme de protagonismo delas chega ao cinema: Capitã Marvel.
A “viralização” de Alexandra Gurgel
Falar de corpo nunca foi tão acessível. No YouTube, Instagram e Facebook, ativistas do corpo livre e body positive têm conquistado cada vez mais espaço. Uma das mais conhecidas é Alexandra Gurgel, do canal Alexandrismos, que escreveu o livro Pare de Se Odiar.
Nos vídeos, a jornalista discute temas como gordofobia, amor próprio e relacionamentos. Assuntos atuais que envolvem celebridades também são abordados por Alexandra, mas com uma perspectiva feminista.
As sementes de Marielle
Há quase um ano, a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados. A investigação do crime avançou, mas os cidadãos continuam sem respostas. A tragédia impulsionou movimentos e discussões.
Mais mulheres negras conseguiram visibilidade e cargos com as eleições de 2018. A representação feminina na Câmara aumentou em 51%. Além disso, Marielle virou bandeira de luta e foi homenageada pela Mangueira no Carnaval.
Visibilidade trans no Miss Universo
Angela Ponce representou a Espanha no Miss Universo 2018. Com isso, ela se tornou a primeira candidata trans do concurso. À Reuters, a modelo revelou que seu maior objetivo não era ganhar a competição e sim trazer visibilidade.
“As mulheres trans vêm sendo perseguidas e apagadas há muito tempo. Estou mostrando que podemos ser o que quisermos”, falou na entrevista. Angela não chegou ao Top 20, mas deixou sua marca na história.
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Meghan Markle na família real britânica
Autodeclarada feminista e birracial, a americana Meghan Markle se casou com o príncipe Harry em 2018. Os avanços e quebras de tradição vão desde a etnia até a antiga profissão dela como atriz. Meghan não disse votos de obediência ao marido no dia do matrimônio e prefere fazer as coisas do seu jeito moderninho.
A americana está grávida de seu primeiro filho, e fontes próximas à família teriam dito que Meghan planeja criar o bebê livre de esteriótipos de gênero. O quarto da criança foi pintado com tinta vegana e o parto deve ocorrer em um hospital que segue uma linha natural e sem crueldade animal.