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“Cidade não é projetada para mulher”, diz diretora de Chega de Fiu Fiu

Premissa do documentário, que terá sessão única em Brasília neste domingo (27/5), é abrir um debate sobre assédio em lugares públicos

atualizado

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1 de 1 rosa - Foto: Divulgação

Em um projeto instigante e analítico, as diretoras Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão criaram um filme que classificam como “para todos e todas”. A premissa do documentário Chega de Fiu Fiu é abrir um debate sobre assédio em lugares públicos e acompanhar a vivência de mulheres de diferentes partes do Brasil.

“As cidades brasileiras não foram projetadas para mulheres. Falamos disso, das relações entre masculino e feminino, e de como estas podem, e devem, ser mais saudáveis. Abordamos também a diferença entre cantada e assédio, o contraste para nós [mulheres] é muito claro”, comenta Amanda sobre os temas do documentário, que estreia em sessão única na capital neste domingo (27/5), no Cine Brasília.

Segundo a diretora, a ideia do filme surgiu em 2014, quando o assunto ainda era pouco debatido. “Queria entender por que a cidade não é segura. Praticamente todas as mulheres têm medo de sair na rua. Temos um mapa mental de pontos de ônibus mais cheios, onde podemos passar, e em quais horários podemos sair”, afirma.

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Amanda Kamanchek (à esquerda) e Fernanda Frazão dirigiram o documentário

 

No Chega de Fiu Fiu, existem três personagens principais: uma do Gama, uma de Salvador e uma de São Paulo. Outras mulheres dão depoimentos e analisam assédio e estupro, enquanto alguns homens falam de suas atitudes e por que eles contribuem para essa cultura.

“Trazemos os homens na conversa para eles entenderem que são autores dessa violência”, fala Amanda. A diretora recomenda o filme para todos, pois foi pensado independentemente de gênero, raça ou classe social. “A intenção é levar o debate para escolas e para dentro de casa. Indicamos aos adolescentes irem com pais, mães e responsáveis.”

O documentário já estreou em algumas cidades, como São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Cachoeira (BA). Nessas sessões, Amanda notou a presença de vários homens e jovens. “Causou muito choro, mas a reação foi positiva. A energia é de mudança e de propor soluções. O filme foi aplaudido e as salas estavam cheias”, conta.

A expressão Chega de Fiu Fiu pode parecer familiar, já que é uma das campanhas da organização Think Olga. A iniciativa, lançada em 2013, foi a primeira, em âmbito nacional, a mapear e se posicionar contra o assédio em espaços públicos. O filme, produzido durante quatro anos, é uma colaboração entre a ONG e as diretoras.

Chega de Fiu Fiu
Neste domingo (27/5), às 11h, no Cine Brasília (EQS 106/107 – Asa Sul). Sessão gratuita. Ingressos disponíveis a partir de uma hora antes da exibição do filme

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