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Federação de Xadrez bane mulheres trans de competições femininas

Federação Internacional de Xadrez publicou nova regra que bane mulheres trans de torneios femininos por terem “vantagem” sobre mulheres cis

atualizado

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Foto colorida em close de um tabuleiro de xadrez com peças bege em um fundo amarelo - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida em close de um tabuleiro de xadrez com peças bege em um fundo amarelo - Metrópoles - Foto: Jordan Lye/Getty Images

Uma decisão da Federação Internacional de Xadrez sobre mulheres trans tem gerado revolta no meio do esporte e nas redes sociais. Uma nova regra da federação bane mulheres trans de competições especificamente femininas, alegando que elas teriam “vantagens injustas” sobre as competidoras cisgênero.

A regra, publicada na última segunda-feira (14/8) e que deverá valer a partir do dia 21 de agosto, defende que qualquer competidora que tenha transicionado de gênero masculino para o feminino “não tem direito de participar de eventos oficiais destinados especificamente para mulheres”.

A decisão tem gerado reação negativa, e vem sendo considerada ofensiva não só para mulheres trans, mas também para mulheres cis, uma vez que o xadrez é um esporte estritamente mental. Ou seja, não havendo vantagem física envolvida, o “benefício” em questão seria intelectual, o que incute que mulheres cis estariam em desvantagem ao disputar com homens cis, por exemplo.

“Não existe vantagem física no xadrez, a não ser que você acredite que homens são inerentemente mais capazes de jogar do que mulheres. Passei minha carreira no xadrez inteira ouvindo dizer que o cérebro das mulheres é menor do que o dos homens […] O banimento é ridículo e ofensivo”, afirmou a deputada britânica Angela Eagle, que foi co-vencedora do campeonato britânico de xadrez para meninas em 1976.

Regra desoladora

A jogadora trans Yosha Iglesias descreveu a nova regra como “desoladora”. “Não há vantagem biológica. Não é sobre biologia, é sobre sociologia, psicologia e sexismo. É sobre agressão”, desabafou, em entrevista ao The Times.

A regra também faz com que detentores de títulos femininos que passarem a se declarar homens trans terão seus títulos “abolidos”. Além disso, a federação ainda garante a possibilidade de reintegração de título “caso a pessoa mude de gênero de volta”.

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