Faz uso de Ozempic? Veja um nutriente que não pode faltar na sua dieta
O uso correto do Ozempic requer certas cautelas na alimentação; as fibras, por exemplo, devem fazer parte da dieta
atualizado
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O Ozempic, que contém o princípio ativo semaglutida, é um medicamento indicado para quem sofre de diabetes tipo 2, e tem o uso off label para fins de emagrecimento. Sintomas como enjoos, vômitos e prisão de ventre costumam ser os mais comuns entre quem toma o remédio, além de diarreia e distúrbios gastrointestinais.
A redução do apetite é um dos efeitos mais marcantes dessa medicação e, se não houver o acompanhamento nutricional, esse cenário pode se transformar em um problema.
Isso porque um emagrecimento saudável acontece quando existe a perda de gordura por meio do déficit calórico, com preservação da massa muscular. Emagrecer sem a ingestão nutricional adequada acarreta na redução do metabolismo. A consequência esperada? Reganho de peso.
Dessa forma, o uso correto dessa medicação requer certas cautelas na alimentação. Ainda que a sensação de fome reduza significativamente, é importante que o paciente priorize a ingestão de alguns nutrientes, principalmente proteínas e fibras.
A proteína é amplamente utilizada pelo organismo por desempenhar funções biológicas importantes, como regulação de processos celulares e defesa imunológica, além de fazer parte da estrutura das enzimas e substratos metabólicos, entre outros.
Com a privação alimentar em jogo, é muito possível que a ingestão proteica também caia significativamente, afetando todos os processos metabólicos importantes, inclusive a perda de massa muscular — desacelerando o metabolismo.
Logo, já é de se esperar que indivíduos que usam a substância tenham queda de disposição e energia se não se atentarem à alimentação.
Outro componente que não pode faltar nesse perfil de dieta são as fibras. Devido a estase gástrica, que é ocasionada pela medicação, ou seja — a redução da habilidade do estômago de se contrair para ser esvaziado — que fica temporariamente prejudicada, fazendo com que o alimento permaneça mais tempo no órgão.
Ao chegar no intestino, é esperado que o trânsito intestinal também desacelere, culminando na famosa constipação. Com o bolo fecal preso mais tempo no órgão, pode haver um ressecamento das fezes que, em casos mais graves, causam até hemorróidas.
Para evitar esse quadro catastrófico, uma estratégia contando com boa ingestão de fibras deve ser prescrita, devendo manter, em conjunto, a boa ingestão hídrica.
Entre os alimentos ricos em fibras, destaco cereais integrais, como aveia, psyllium e linhaça; leguminosas, a exemplo de feijão e lentilha; frutas, como goiaba, maracujá, kiwi e pêra; além de legumes e verduras.
Se a sensação de plenitude gástrica e saciedade estiver alta, comer em menor volume, com um bom fracionamento, podem ser formas viáveis de ajudar. Contudo, esteja atento para que a densidade nutricional não caia.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica