Exílio e perseguição: reveja as histórias de quem saiu da realeza
Outros membros da família real já se afastaram da nobreza britânica e tiveram de enfrentar as consequências, como Diana e o rei Eduardo VIII
atualizado
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O anúncio do príncipe Harry e de sua mulher, Meghan Markle, de se afastarem de seus deveres como parte do alto escalão da família real britânica chocou o Reino Unido. No entanto, outros membros da realeza já deixaram a família antes, de maneiras distintas.
Diana, princesa de Gales, perdeu o título real em 1996 ao se divorciar, depois que o caso extraconjugal do príncipe Charles com Camilla Parker se tornou público. A decisão ocorreu por pressão da própria rainha Elizabeth II, mas as circunstâncias não pouparam Diana de uma série de consequências.
Embora tenha permanecido como princesa de Gales, ela perdeu o título de Sua Alteza Real, que a separou do restante da nobreza britânica.
Com o divórcio, Diana teve que desistir do seu escritório no St. James’s Palace e conseguiu manter apenas um endereço no Kensington Palace. Além disso, sua equipe foi reduzida a três pessoas: faxineira, cozinheira e mordomo.
Outra perda significa para o contexto de Diana, bastante assediada pela imprensa britânica, foi a proteção policial a que tinha direito. Após o divórcio, esse benefício ficou restrito a aparições em eventos públicos, promovidos pela família real, deixando a princesa bastante vulnerável às perseguições.
O Rei Eduardo VIII também integra o limitado rol de pessoas que, de alguma forma, se afastaram da realeza. O monarca abdicou do seu direito ao trono em 1936, ao anunciar que se casaria com Wallis Simpson, uma socialite americana divorciada do primeiro marido e em processo de divórcio do segundo. Uma condição considerada bastante inadequada na época.
Assim, o casamento teve forte oposição do Reino Unido e dos territórios autônomos da Commonwealth. Eduardo levou a decisão adiante e o governo britânico se recusou a conceder o título de duquesa a Wallis Simpson. Muito magoado, ele preferiu o autoexílio.
Sem precedentes
A situação de Harry e Meghan, no entanto, segue sem precedentes na história. Nenhum membro sênior disse voluntariamente que queria continuar na família real e, ao mesmo tempo, estar fora dela. Nem mesmo o rei Eduardo, já que o exílio não pode ser considerado espontâneo.
Embora não seja possível prever os efeitos da decisão do casal, as reações da família real e do próprio Reino Unido indicam que o gesto inédito certamente terá consequências.
Menos de 24h após anunciarem que deixarão as posições, eles já sentem o desgosto da população, e da imprensa britânica. Até mesmo o Madame Tussauds de Londres, o museu de bonecos de cera mais famoso do mundo, já removeu as réplicas dos duques de Sussex do acervo que reúne a família real.