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Ex-Miss Ucrânia diz como conseguiu fugir com filho durante bombardeio

Em entrevista coletiva, Veronika Didusenko fez um relato dramático sobre como escapou da guerra no Leste Europeu com o filho de 7 anos

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mulher ucraniana discursando em palanque
1 de 1 mulher ucraniana discursando em palanque - Foto: Getty Images

A Miss Ucrânia 2018, Veronika Didusenko, revelou os momentos de terror que viveu ao lado do filho de 7 anos enquanto tentavam fugir do país após o início do conflito com a Rússia. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (9/3), a modelo fez um relato dramático sobre a situação de Kiev durante a guerra no Leste Europeu.

Veronika lembra que foi acordada por barulhos do bombardeio russo no dia em que a invasão começou, em 24 de fevereiro. Logo nas primeiras horas do dia, ela deu início ao seu plano de fuga e os dois juntaram seus pertences para deixar o país.

“Uma cidade com mais de 3 milhões de pessoas, que estavam dormindo. Sem qualquer declaração formal de guerra, sem qualquer chance de os habitantes buscarem abrigo, fomos atingidos por uma bomba do inimigo”, relatou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Além dos dois, outros milhares de ucranianos partiram rumo à fronteira de carro, na tentativa de se proteger dos ataques aéreos. O resultado foi um longo congestionamento, intensificando ainda mais o cenário de tensão ao som de sirenes, foguetes e bombas explodindo.

“Enquanto eu fugia com meu filho, pude ver que havia uma verdadeira batalha aérea acima de nossa cabeça”, disse a miss. “Foi horrível, tantas crianças e mães tentando chegar à fronteira. Os militares russos ainda paravam e atiraram em pessoas inocentes que tentavam escapar”, continuou ela.

A modelo e o filho conseguiram vencer as barreiras e se abrigar em Luxemburgo, depois foram para a Suíça e agora estão nos Estados Unidos. Apesar da fuga bem sucedida, os pensamentos e preocupações de Veronika ainda estão com a mãe dela e os avós, que ficaram em Kiev.

Ela disse temer que o presidente russo, Vladimir Putin, tenha como objetivo final a “erradicação de tudo referente à Ucrânia e da própria Ucrânia”.

“As pessoas estão morrendo em abrigos sem comida, sem água, sem luz e sem calor. É uma tragédia. É terrorismo”, concluiu a modelo.

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