Estudo revela por que você “belisca” o dia inteiro (e não emagrece)
Se você não entende por que não emagrece, o motivo pode estar nas calorias vazias do seu lanche; entenda
atualizado
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Se tem um hábito que prejudica o emagrecimento é o tal do beliscar. Se você ainda não se convenceu disso, é importante entender que o ato de “comer picado” nos faz ingerir calorias nada estratégicas, além de gerar um ciclo vicioso.
Quando beliscamos com frequência, tendemos a ingerir alimentos mais “práticos”, no geral, de baixa qualidade nutricional ou mais calóricos.
Dessa forma, estamos apenas nos distraindo com calorias que, normalmente, não irão nos saciar e ainda nos fazem querer comer mais.
Outra característica das beliscadas é que não estamos atentos ao que colocamos na boca. Começa com uma inofensiva bolacha e, ao se tocar, já se foi o pacote inteiro. Além de não suprir a fome, é esperado que ela ainda vá se acumulando — ou, pior, te instigue a buscar por mais calorias vazias.
Os alimentos ultraprocessados têm essa característica pelo alto teor de açúcar e pela baixa quantidade de nutrientes. É esperado, então, que a glicemia aumente rapidamente e, em seguida, ocorra a famosa hipoglicemia de rebote.
E agora não se trata mais de achismo. Uma pesquisa evidenciou quem está por trás desse hábito nada saudável: os ultraprocessados, famosos industrializados que contêm altas cargas de açúcares e aditivos químicos.
Um estudo realizado por pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP) revelou que as pessoas que consomem mais ultraprocessados fazem mais lanches ao longo do dia.
O estudo “Association between ultra-processed food and snacking behavior in Brazil” foi publicado no European Journal of Nutrition, e provou o que já esperávamos desse tipo de alimento: que eles geram mais vontade de comer.
Dados da pesquisa apontaram que as pessoas que registraram um alto consumo de ultraprocessados em sua dieta têm chances maiores de realizar mais de dois lanches por dia.
Percebeu-se, ainda, que é necessário mitigar essa “facilidade” que os ultraprocessados representam na hora do lanche, com estratégias para promover escolhas alimentares mais saudáveis, principalmente entre os adolescentes.
Por isso, se quer melhorar a qualidade do emagrecimento, além de controlar a ingestão calórica, melhorar a qualidade dessas calorias é determinante.
Priorize o consumo de vegetais, grãos e cereais integrais, castanhas e proteínas saudáveis, como laticínios, ovos e carnes magras.
Ultraprocessados não são alimentos, e sim produtos alimentícios, e podem até estar presente para consumo, no entanto, de forma eventual.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica