Em alta! Corrida vira febre e ganha destaque na rotina de brasilienses
Nas ruas, parques ou espaços públicos, a corrida tem se tornado uma atividade cada vez mais presente na vida dos brasilienses
atualizado
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Nos últimos anos, o Distrito Federal testemunhou uma explosão na popularidade da corrida. Entre os novos adeptos, destacam-se especialmente os jovens, engajados em buscar um estilo de vida ativo e saudável.
Nas ruas, parques ou espaços públicos, a corrida tem se tornado uma atividade mais presente na vida dos brasilienses. Diversos fatores contribuíram para esse crescimento, como a conscientização sobre os benefícios para a saúde e até mesmo o papel das redes sociais, que têm aproximado os amantes da corrida.
Quem compartilha essa observação é a assessora de corrida Márcia Rosa. “A corrida sempre foi um esporte bastante praticado no Distrito Federal por ser acessível. Mas, sim, tenho observado um aumento da popularidade da corrida nos últimos anos, o que é superpositivo”, afirma a atleta ao Metrópoles.
De acordo com a assessora, a corrida é um excelente exercício cardiovascular, reduzindo a pressão arterial e o risco de doenças cardíacas. Além disso, a modalidade tem o potencial de diminuir o estresse e a ansiedade, o que promove uma sensação de bem-estar e relaxamento.
“Outra coisa legal é que a corrida passa a ser um tempo de introspecção e reflexão, permitindo que liberem os pensamentos negativos e encontrem soluções para problemas pessoais ou profissionais. Pode ainda aumentar a autoestima e a autoconfiança”.
Esse é o caso da corredora brasiliense Mariana Nóbrega. Mãe, servidora pública e empresária, Mariana conta ao portal que sempre foi uma pessoa ativa no esporte e corria apenas por lazer aos finais de semana. No entanto, a história tomou um outro rumo há três anos, quando uma das marcas que a patrocina chamou para uma competição que percorreria o Brasil em 11 etapas.
“A cada treino feito e a cada corrida, a paixão cresceu e o que era um esporte de segundo plano, virou a base da minha organização de treino semanal. A corrida é apaixonante e impactou na minha vida, pois é o meu momento de total introspecção. Eu fui atraída por ela me desconectar”, diz.
Questionada sobre o crescimento da comunidade de corredores no DF, a corredora afirma que é muito bom ver o esporte crescer e alcançar mais pessoas. Para ela, a experiência de correr coletivamente causa uma emoção enorme. Por isso, quem experimenta uma vez, quer voltar sempre.
“A corrida é democrática”
Desde que começou a correr, Mariana incorporou o esporte como uma de suas responsabilidades diárias. “Eu treino corrida duas vezes na semana, pois faço academia, que é a base do meu treino de força, funcional e cardio. Às terças e uma vez ao final de semana, normalmente aos domingos”.
A brasiliense já participou de diferentes competições ao redor do Brasil. Para ela, a experiência deve ser prazerosa, segura, prática e eficiente. “Se quer começar a correr, comece de forma correta. Procure uma assessoria de corrida, pois ela guiará nos treinos, sem causar nenhum desconforto e lesão. A corrida é apaixonante, democrática e incrível.”
Novos adeptos
A corrida é um esporte sem barreiras que acolhe tanto os veteranos quanto os novos adeptos. Maria Fernanda Gaia, de 23 anos, e Lucas Pimentel, 22, contam que começaram a correr juntos há quatro meses. A grande inspiração do casal foi acompanhar pessoas que têm a corrida como fonte de disciplina e superação.
“Confessamos que a gente não foi muito influenciado por pessoas do DF, mas é nítido ver o boom que a corrida sofreu nos últimos tempos. Estava difícil até mesmo achar o tênis que queríamos, na nossa numeração, devido à alta procura nas lojas de Brasília.”
Embora seja uma atividade apaixonante, os desafios podem tornar o esporte um pouco mais difícil de ser praticado. Para Maria, o maior obstáculo está sendo aprender a controlar a respiração e o ritmo. Lucas, por sua vez, tem dificuldade em se acostumar com a sensação de exaustão.
“Ter um parceiro de corrida tem sido essencial, fica a dica para quem está começando, pois faz toda a diferença ter alguém te dando apoio. Ainda não participamos de nenhum evento de corrida, mas com certeza pretendemos. Estamos muito animados!”, afirma Maria ao Metrópoles.
Corrida e saúde mental
A fisioterapeuta Débora Cristina Oliveira encontrou na corrida um estilo de vida mais saudável. Além disso, a brasiliense tem recebido relatos dos pacientes sobre os benefícios da prática para o controle da ansiedade, um fator muito preocupante nos dias atuais.
“Trabalho com técnicas integrativas que, associadas à corrida — uma atividade de grande intensidade —, ajudam meus pacientes a lidarem com esses sintomas. Percebo não apenas melhorias no físico, mas também um impacto positivo na saúde mental”, explica.
Débora percebeu que a corrida tornou-se mais presente na capital quando participou da sua primeira prova, em 2023. “Fiquei impressionada com o mundo à parte que existe aqui. Não tinha noção da quantidade de pessoas e correr ao lado dessa galera que te motiva sem nem te conhecer proporciona uma energia surreal.”
Agora, ela está se preparando para a primeira competição de 10 quilômetros, que vai acontecer em junho. Em setembro, Débora fará outra prova de 10 km e, em dezembro, uma de 13 quilômetros. Para o próximo ano, a fisioterapeuta tem planos de completar a primeira meia maratona.
Dicas para começar a correr
Se você sentiu-se inspirado com os relatos acima e pretende começar a correr, o educador físico Lucas Oliveira, mais conhecido como Lucas Taka, listou os cuidados essenciais que um iniciante deve ter para evitar lesões e outros problemas de saúde.
“Além de exercícios básicos de fortalecimento, aqui vão duas dicas para quem está iniciando na corrida. Antes de correr, procure sempre realizar exercícios de mobilidade e aquecimento. Ao final, faça alongamento, pois assim diminuirá as chances de lesão”, afirma.
De acordo com o profissional, o principal erro é tentar correr por mais tempo e com uma velocidade mais forte. A recomendação é intercalar caminhada e corrida — lembrando que, neste período, o objetivo deve ser aumentar a resistência e não a velocidade.
“Todos que começam a correr passam a tomar gosto pelo esporte e acabam se viciando. Com isso, a pessoa acaba aumentando a demanda e, para conseguir evoluir sem sentir dores ou desconfortos, é fundamental aumentar a capacidade”, finaliza.