É preciso lavar o arroz para “retirar” o arsênico? Descubra
Alegações de que o arroz é contaminado por arsênico dominaram as redes sociais, mas será essa uma verdade? Descubra
atualizado
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Alegações de que o arroz é contaminado por arsênico dominaram as redes sociais. Há quem acredite, portanto, que é preciso lavar esse ingrediente antes de prepará-lo para “retirar” resquícios do metal, que é tóxico e cancerígeno.
Antes de tudo, é necessário frisar que o arsênico é um componente natural da crosta terrestre. Está presente no ar e na água, sendo tóxico na sua forma inorgânica. Qualquer alimento irrigado com essa água contaminada pode ter a presença de arsênico, não apenas o arroz.
Contudo, devemos considerar as avaliações das entidades do setor, que se baseiam em informações técnicas e pesquisas sobre o assunto para desmentir o fato.
Para se ter uma ideia, os grãos e outros alimentos importados de Bangladesh têm vezes mais arsênico do que no próprio Reino Unido, segundo pesquisa da Universidade de Montfort, na Inglaterra.
No Brasil, a realidade é diferente. O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúdeda Fundação Oswaldo Cruz testou, em estudos, 193 amostras de grãos produzidos aqui. O resultado? Eles estavam bem abaixo do limite de arsênico permitido: 0,3 mcg por quilo de alimento, muito menos que o limite estabelecido pela Anvisa junto a órgãos internacionais, que é de 10 mcg por quilo.
E por que a gente se preocupa tanto com o arroz? Simples: temos um grande consumo do grão, e qualquer mínima contaminação deixaria a população exposta. Pesquisadores da USP, assim como a Anvisa, já concluíram que o arroz brasileiro é seguro.
Diferentemente do arroz importado de Bangladesh, as prateleiras brasileiras estão dentro da normalidade, sem motivos para preocupação.
A maior parte do arroz consumido aqui é cultivado no Rio Grande do Sul, com solos bastante antigos, de formação não vulcânica e baixo teor de arsênico na sua composição.
Até então, o arsênico não deve ser uma preocupação. Lavar ou não lavar o arroz, então, fica a seu critério.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica