É colorido artificialmente? Tem contaminação? 3 mitos sobre o salmão
O salmão é um peixe que conquistou o paladar do brasileiro, mas ainda há quem acredite em mitos a respeito do alimento
atualizado
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Um peixe que conquistou o paladar do brasileiro, principalmente após a consolidação de restaurantes japoneses no Brasil, é o salmão. Mais que saboroso, ele ostenta um alto teor de gorduras (que são saudáveis, vale destacar), a exemplo do ômega 3, essencial para o organismo e que confere uma vasta gama de benefícios à saúde.
Com a sua popularização ao redor do mundo, o consumo do peixe aumentou e, daí, foi impossível manter o fornecimento do alimento apenas por meio da pesca do peixe selvagem.
Dessa forma, surgiram as versões de cativeiro, extensos viveiros com estrutura de preservação da espécie. Para se ter uma ideia, o Brasil não tem salmão nas suas águas, devido às temperaturas, que precisam ser abaixo de 15º, o que não ocorre aqui.
A coloração do animal varia conforme a sua alimentação, ficando entre o rosa claro e o laranja intenso. Enquanto os peixes selvagens costumam se alimentar de um crustáceo conhecido como krill — fonte de um nutriente nobre conhecido como astaxantina —, os salmões de cativeiro se alimentam de ração, interferindo nos nutrientes e na sua coloração.
No entanto, nos cativeiros, as fontes de astaxantina são adicionadas à ração do peixe, mas fica a responsabilidade de comprar o peixe de um fornecedor confiável, para se certificar que o pigmento vem de uma boa fonte.
Outra grande preocupação dos consumidores de salmão se dá nas diferenças nutricionais entre as versões selvagens e de cativeiro, que variam muito e são influenciadas pela alimentação do peixe.
Mas vale frisar que, até então, os estudos apontaram diferenças sutis entre ambos os tipos do peixe.
Na versão selvagem, há um pouco mais de proteína e níveis de ômega 6, porém, em termos gerais, ambas as versões são boas fontes da gordura poli-insaturada, incluindo o ômega 3.
Mais um detalhe que preocupa são os possíveis contaminantes. Um estudo do Instituto Nacional de Nutrição e Pesquisa Marinha, da Noruega, encontrou níveis três vezes mais altos de mercúrio e poluentes orgânicos persistentes (POPs) no salmão selvagem do Atlântico quando comparado com as versões de cativeiro.
Ressalta-se que, por conta da poluição de pesticidas e produtos industriais nos oceanos, essas substâncias tendem a se bioacumular em seres vivos, principalmente nos peixes. Apesar desses achados, se tratam de quantidades em níveis seguros para consumo.
Já quanto ao consumo do alimento cru, a seleção e critério são palavras de ordem. Isso porque, para garantir a segurança do consumo, o peixe deve contar com armazenamento e refrigeração adequados a fim de manter o frescor.
Por isso, vale investir em um estabelecimento com boa higiene, onde o peixe apresente um bom aspecto e cheiro. Garantindo isso, o salmão pode e deve estar presente em uma alimentação saudável e equilibrada.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica