Desejo de comer doce em excesso pode ser problema de saúde; veja qual
O desejo por comer doce pode estar relacionado a algumas questões metabólicas; veja quais são elas e como tratar
atualizado
Compartilhar notícia
Quem eventualmente não se desdobra por uma sobremesa que atire a primeira pedra. Por se tratar de um produto altamente palatável, a vontade por doces é algo humanamente comum.
No entanto, quando esse desejo aumenta consideravelmente, pode refletir uma desordem metabólica. Uma das condições que refletem no aumento por vontade por doces é a resistência à insulina.
A insulina se trata do hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue. Assim, quando o organismo apresenta essa condição, o cérebro tende a aumentar a vontade por doce, acumulando energia.
Outras teorias ainda apontam que a necessidade por açúcar após as principais refeições está relacionada à resistência à insulina. Isso pode ser justificado pelo fato de a insulina precisar se conectar às nossas células, para fazer com que a glicose entre no sangue e produza energia.
A resistência insulínica, por sua vez, atrapalha essa conexão, fazendo com que a glicose deixe de cumprir o seu papel. Assim, o organismo irá sentir que precisa de uma fonte de energia rápida, recorrendo ao açúcar.
Além disso, uma pesquisa realizada pela Universidade de Surrey, na Inglaterra, revelou que pessoas com preferência por doces correm risco maior de desenvolver diabetes, depressão ou até de sofrer um derrame.
Para chegar a essa conclusão, foram coletadas informações anônimas sobre as preferências alimentares de 180 mil voluntários do UK Biobank, com ajuda da inteligência artificial, para agrupar em perfis específicos.
Os indivíduos foram divididos em grupos como:
- Preocupado com a saúde: prefira frutas e vegetais em vez de alimentos de origem animal e doces;
- Onívoro: gosta da maioria dos alimentos, incluindo carnes, peixes e alguns vegetais, além de doces e sobremesas;
- Vontade de comer doces: prefere alimentos doces e bebidas açucaradas e tem menos interesse em opções mais saudáveis, como frutas e vegetais.
A equipe responsável pela investigação analisou os dados do UK Biobank em amostras sanguíneas. Eles mediram 2.923 proteínas e 168 metabólitos para ver como esses níveis refletiam em cada grupo.
O resultado apontou, ao observar as proteínas e metabolitos sanguíneos, uma imagem mais clara das diferenças metabólicas entre os grupos. Quando seus alimentos preferidos eram exemplificados por bolos, doces e bebidas açucaradas, os resultados do estudo sugerem resultados negativos à saúde.
Aqueles que tinham preferência por doces, então, tinham probabilidade 31% aumentada de ter depressão. Além disso, apresentavam taxas mais altas de diabetes, bem como doenças cardíacas vasculares. No grupo que apontou preferência por doces, os níveis de proteína C reativa (marcador de inflamação) ainda eram mais altos.
Assim, fica mais claro que vontades excessivas ou descompensações alimentares também podem refletir questões metabólicas delicadas. Por isso, é importante estar atento (a) à alimentação.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica