Dependência em ultraprocessados é tão perigosa quanto a do cigarro
Segundo especialistas, o vício em ultraprocessados pode ser tão prejudicial quanto ser dependente de nicotina
atualizado
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Um em cada cinco britânicos — aproximadamente 10 milhões de adultos — pode ser viciado em junk food, segundo especialistas consultados pelo site Mail Online. Ao tabloide, eles afirmam que o vício em ultraprocessados é tão perigoso quanto ser dependente de álcool, tabaco ou até mesmo drogas.
Biscoitos, refrigerantes, bolos e batatas fritas alimentaram, literalmente, a crescente crise de obesidade na Grã-Bretanha.
Embora apenas 20% dos adultos preencham os critérios para a dependência alimentar, especificamente a dependência alimentar ultraprocessada, esse ainda não é um diagnóstico clínico reconhecido.
Inclusive, autoridades médicas que compõem entidades como a Colaboração de Saúde Pública pedem que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifique o vício em junk food como transtorno por uso de substâncias.
Eles se reunirão na Conferência Internacional de Consenso sobre Dependência Alimentar, no mês de maio, a fim de impulsionar os debates no assunto.
Os ultraprocessados são produtos alimentícios que contêm altas quantidades de açúcares, gorduras e aditivos químicos superpalatáveis. As experiências que esses alimentos são capazes de proporcionar estão, atualmente, correlacionado a vícios no comportamento alimentar.
A obesidade é a maior preocupação do consumo desses alimentos. Oito em cada 10 pessoas, em todo o mundo, sofrem com a doença, segundo dados divulgados na revista The Lancet.
Algumas medidas, como limitar a publicidade de alimentos e bebidas açucaradas e calóricas (especialmente para crianças); implementar impostos sobre bebidas, como refrigerantes; e facilitar o acesso a alimentos saudáveis já são estudadas pela OMS.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica