Veja truques para fazer seu apê parecer maior e mais confortável
Residências no DF ficaram menores com o passar dos anos. Se você tem pouco espaço, saiba como aproveitá-lo e ganhar amplitude
atualizado
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Morar em um local menor pode ser a melhor opção para quem vive sozinho ou tem uma família pequena. No entanto, nem sempre parece ser a mais confortável. Ficar em isolamento social em um apartamento ou uma quitinete, por exemplo, pode fazer muita gente se sentir “enjaulado”. Pesquisas comprovam que o nível de estresse de quem mora em ambientes com menos de 20 metros quadrados é maior.
A boa notícia é que pequeno não significa apertado e, com alguns truques, é possível ampliar imóveis, agregando funcionalidade e conforto aos espaços.
De acordo com a arquiteta Leny Okada, da IEZ Design, viver em locais compactos é uma realidade compartilhada por muitos brasilienses.
“Com o passar dos anos, a metragem dos imóveis residenciais foi diminuindo. Para se ter uma ideia, os apartamentos mais antigos de Brasília possuem cerca de 100m², o que é uma raridade hoje. Atualmente, é muito comum ter lançamentos com apenas 60 m² projetados para abrigar uma família de até quatro pessoas”, explica a profissional.
Com atenção a alguns macetes de design, Leny e a arquiteta Priscila Bonifácio afirmam que é possível ampliar espaços.
Elas destacam cinco estratégias inteligentes que podem ajudar:
Integração dos ambientes
A integração da cozinha com a sala não serve somente para chamá-la de americana, mas para reduzir a divisão excessiva dos ambientes, chamada de “compartimentação”.
“Quanto menos paredes separando espaços como sala, cozinha, corredor e área de serviço, melhor. Utilizar divisórias de vidro translúcido garante que a luz passe de um ambiente para o outro. Portas de correr, assim como divisórias vazadas, ajudam a delimitar os cômodos permitindo, além da passagem de luz, a circulação de ar entre os ambientes”, alerta Leny.
Móveis na escala certa
Priscila explica que os móveis planejados são a melhor alternativa para não errar. “Quando o imóvel é maior, temos mais liberdade para usar peças de mobiliário pré-fabricadas, sem nos preocuparmos com as medidas, ou se o móvel vai se encaixar no espaço”, justifica. Além disso, os planejados permitem agrupar mais de uma função no mesmo móvel — como um rack para a televisão na sala, que pode abrigar um guarda-roupas ou uma escrivaninha atrás.
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Circulação
É importante observar a posição das paredes e das portas e, se preciso, alterar a disposição dos móveis para valorizar a circulação centralizada. “É muito comum vermos ambientes pequenos onde a pessoa entra por um canto e tem que passar pelo meio da sala para ir até o próximo ambiente ou para chegar até o corredor dos quartos. Esse ‘zigue-zague’ não é agradável e não beneficia a dinâmica do dia a dia, podendo desencadear também uma sensação de desorientação”, alerta Leny.
Um bom exemplo, segundo as arquitetas, seria a porta de entrada estar posicionada de modo que não se abra diretamente para o meio de um ambiente, como uma sala. O objetivo seria evitar a perda de espaço para armários, painéis, um melhor posicionamento do sofá e até mesmo uma melhor circulação de acesso aos ambientes próximos à ela.
Horizontalidade
Uma técnica importante para dar uma sensação de amplitude e profundidade ao espaço é trabalhar com elementos horizontais (longos) no ambiente.
“Na hora de escolher um sofá, por exemplo, opte por um modelo mais baixinho e com um design mais comprido e fino do que um mais cheinho e profundo. Já o rack da sala deve ser mais comprido e baixinho, para ocupar grande parte do comprimento da parede. Caso falte espaço para guardar as coisas, um armário superior, também longo e estreito, acompanhando o rack, é a melhor pedida”, explica Leny.
Iluminação
Parece mágica, mas uma iluminação bem aplicada não só amplia, mas também valoriza o ambiente. Quando ela é muito central, além de não clarear direito e de causar estouro na luz, cria uma área de sombra no ambiente, que pode causar a sensação de que ele é menor do que é de fato. “Junte isso a uma parede com pintura opaca ou acetinada e a sensação piora, pois superfícies foscas e sem brilho absorvem muito a luz”, esclarece Leny.
De um modo geral, é válido usar sempre uma textura que reflita mais a luz do ambiente, como pinturas semi-brilho nas paredes. “O ideal é trabalhar uma iluminação mais periférica, seja com spots ou rasgos com LED, e usar pontos estratégicos para valorizar um ou outro elemento”, ensina.