Fotógrafos da capital destacam-se no Casa Cor Brasília 2016
O uso das fotografias na decoração reforça seu status de arte, que ainda encontra alguma resistência no meio artístico
atualizado
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A Casa Cor Brasília deste ano sofreu algumas modificações com relação às edições anteriores. Dessa vez, os ambientes estão mais sóbrios e possuem design mais rústico. Porém, o evento não deixou de afirmar uma tendência que vinha se apresentando com timidez nos últimos anos. Passeando pela exposição é possível perceber que boa parte dos cômodos foram decorados com fotografias, muitas delas produzidas por artistas da capital.
O uso das fotografias na decoração reforça seu status de arte, que ainda encontra alguma resistência no meio artístico. Na Casa Cor elas aparecem não só com objetivo de dar um novo tom às paredes, mas como parte essencial para harmonizar os mobiliários utilizados. O tema das fotos é variado: paisagens, formas abstratas e natureza são algumas das possibilidades encontradas nas áreas expostas.
Garagem das Rotas – Daniel Laviola
O espaço projetado pelos arquitetos Didacio e Flávia Dailib é uma garagem com surpreendentes 140 metros quadrados, que funciona como “refúgio”, com área de descanso e churrasqueira. Lá podem ser vistas algumas das fotografias do paulista radicado na capital Daniel Laviola.
Seus registros foram realizados em viagens a regiões naturais do Centro-Oeste, em verdadeira alusão ao espírito aventureiro e à vontade de escapar da rotina. Na foto em destaque, o Vale da Lua, da Chapada dos Veadeiros, e as cachoeiras da Formiga e da Velha, localizadas no Jalapão.
Living para um Goumet – Luis Jungman Girafa e Márcio Borsoi
Assinado pela arquiteta Yeda Garcia, o “Living para um Gourmet” tem como proposta colocar a cozinha como um ambiente tão acolhedor quanto a sala ou o escritório da casa. Não à toa, obras de arte ganharam espaço no ambiente. Estão lá fotografias de Márcio Borsoi, ganhador de diversos prêmios na área, e Luis Jungman Girafa, arquiteto formado pela Universidade de Brasília (UnB). Girafa também é artista plástico e cineasta. As obras apresentadas no cômodo são mais conceituais, valorizando as formas geométricas e as múltiplas significações diante do conjunto retratado.
Refúgio do Homem Contemporâneo – Alva Pinheiro
Uma nova linguagem para um novo homem. Assim resume-se o ambiente pensado pelo arquiteto Alex Claver e o designer de interiores Wilker Medeiros. Dessa forma, objetos peculiares como plantas em taças e poltrona com uma estética cheia de personalidade chamam atenção no cômodo, também marcado por tons escuros.
Porém, o acesso à intimidade deste “novo homem” se dá pelas fotografias da artista Alva Pinheiro que foram expostas no lugar. A natureza e os corpos entrelaçados evocam questões como sexualidade, brutalidade e solidão – temas bastante presentes no universo masculino contemporâneo.
Loft do House Club Experience – Clausem Bonifácio
O ambiente, pensado por Denise e Juliana Zuba, aposta no conceito de “espaço aberto”. Nele, a área gourmet com bar, a sala de jantar e a cozinha boutique ocupam um único ambiente de 432 metros quadros.
Aqui, a representação da fotografia é única: há apenas um registro feito por Clausem Bonifácio atrás de uma mesa de escritório. É um uso interessante para quem não quer tantas obras de arte, mas ainda assim reconhece seu valor. Nesse caso, a foto de uma árvore típica do cerrado nos traz a sensação de um ambiente árido, pouco pessoal. É como se o dono do espaço dissesse que ali não cabem emoções, é um lugar de contato profissional.
Casa Cor Brasília
Até 9 de novembro, no antigo Inacor (Lago Sul, QI 9, lote D; 3248-4638 / 3248-6902). De terça a sexta-feira, das 15h às 22h; sábado, domingo e feriado, das 12 às 22h. O ingresso custa R$ 46 (inteira) e R$ 23 (meia-entrada para estudantes e idosos).Crianças de até 11 anos não pagam.